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Amigo rechaça retorno do companheiro a Brasília
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
01/01/2011 | 07:20
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Passada a faixa presidencial para Dilma, Lula tirará alguns dias de descanso, mas não ficará ausente da política por muito tempo. Quem garante é Juno Rodrigues Silva, o Gijo, dono de restaurante homônimo em São Bernardo e amigo do presidente há 41 anos.

Companheiro sindical e de movimentos sociais, o agora empresário (inaugurou o estabelecimento em 1984) puxa pela intuição, mas com ares de sabedoria, o futuro de Lula. "Ele tornou-se líder mundial. Será grande representante de países emergentes e em desenvolvimento", afirma. Questionado sobre ter convicção dos novos rumos do presidente, desconversa. "É só opinião."

O sentimento de Gijo vai ao encontro das intenções do chefe da Nação, que em 2010 articulou com presidentes e primeiros-ministros sua posse como secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas). O primeiro-ministro espanhol, José Luiz Zapatero, e os presidentes Nicolas Sarkozy (França), Evo Morales (Bolívia) e Hugo Chávez (Venezuela) fazem lobby pela nomeação, e destacam as políticas sociais, econômicas e de combate à fome do governo lulista.

Mas Lula só aceitaria assumir o cargo com reformulação do órgão. "A ONU é mandada por grandes países. Lula não aceitaria isso. Ele só é mandado pelo povo", explica Gijo, que descarta chance de o amigo voltar a comandar o País. "Já fez o que poderia pelo Brasil. Agora tem de levar o que sabe ao mundo."

Gijo e Lula se conheceram em 1969, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema. Na época, trabalhavam na Karmann Guia e na Villares, respectivamente. Estiveram juntos na fundação do PT, em 1980 e na batalha pelas Diretas Já, em 1984.

Durante as obras de inauguração do restaurante, recebeu Lula. "Aqui era um inferninho e ponto de venda de drogas. Disseram que era louco por investir neste lugar. Mas ele colocou a mão no meu ombro e disse: ‘É isso o que você quer? Então com a proteção de Nossa Senhora você vai prosperar.'"

O cafezinho pré-inauguração foi o primeiro do presidente no Gijo's. Depois, passou a conservar um vício: a chuleta. "Quando tornou-se presidente, com a curiosidade do povo e da imprensa, ele não veio mais aqui. Mas mando as chuletas para a casa dele. Pede no mínimo uma ao mês", conta. O premiado prato serve duas pessoas e sai por R$ 53.




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