Cerca de 200 mil pessoas, de acordo com a Comunidade de Madri, se reuniram neste sábado na Porta do Sol em um ato da oposição "em defesa da Constituição", enquanto o líder do PP (Partido Popular), Mariano Rajoy acusou o governo de "querer fragmentar a Espanha".
O líder da oposição conservadora disse que "há uma única nação, a espanhola", que não pode ser "dividida em parcelas" e que "não está submetida a um tirano, de um partido totalitário ou de um credo nacionalista obrigatório", em clara referência ao projeto de ampliação do Estatuto da Catalunha.
Rajoy pronunciou um forte discurso durante a mobilização em homenagem à Constituição espanhola de 1978, convocada por seu partido na Porta do Sol, a emblemática praça central da capital do país e, aclamado por milhares de militantes que agitavam bandeiras espanholas, acusou o governo de romper o espírito desta Constituição, adotada após a queda do franquismo.
A polêmica homenagem à Constituição começou com a leitura de 19 de seus artigos, um para cada região e cidade autônoma, nas línguas oficiais (euskera, catalão e galego), lidos por militantes do partido conservador.
O PP realiza há dois meses uma campanha contra o projeto de ampliação do Estatuto da Catalunha (nordeste), adotada por uma esmagadora maioria no Parlamento regional catalão e que pretende fazer desta próspera região do nordeste da Espanha uma "nação" dotada de prerrogativas fiscais e financeiras reforçadas.
Críticas políticas às motivações da manifestação não faltaram na Catalunha, onde quase uma centena de pessoas se concentrou ao meio-dia diante da sede do PP, no centro de Barcelona, para protestar contra a convocação ao ato de apoio à Constituição em Madri, que os manifestantes consideraram uma rejeição ao projeto de novo Estatuto catalão.
O presidente dos nacionalistas moderados de CiU (Convergência e União), Artur Mas, disse que por trás da manifestação convocada em defesa da Constituição "há um desejo de ir contra o Estatuto da Catalunha".
"Porque fizeram isto este ano, porque não fizeram no ano passado ou há dois ou três anos?" (quando o PP governava), perguntou. "Se este ano montam este ato não é tanto em defesa da Constituição e sim contra o Estatuto".
A direita espanhola alertou para o perigo de uma "Balcanização da Espanha" e de uma modificação velada da Constituição.
Rodríguez Zapatero apóia este projeto, mas prevê que o texto aprovado pelo parlamento catalão deverá ser retocado no Parlamento central para respeitar em todos os pontos a Constituição espanhola.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.