Mais um bingo clandestino foi descoberto anteontem na região. A Polícia Militar flagrou no Centro de Santo André o estabelecimento fantasma que funcionava em um imóvel na Rua Gertrudes de Lima. No local, foram apreendidas 96 máquinas caça-níqueis e R$ 26 mil em dinheiro. Aproximadamente 50 pessoas estavam jogando.
Já é o quinto caso neste ano de jogatina ilegal em imóveis no Grande ABC. Apesar das ocorrências, a Polícia Civil da região afirma que o combate à contravenção não é prioridade e que crimes como roubos e assassinatos são mais importantes.
Por meio de uma denúncia anônima, a Polícia Militar de Santo André tomou conhecimento do bingo na Rua Gertrudes de Lima e foi até o local às 22h.
O imóvel fica a aproximadamente 500 metros de outro bingo desvendado no dia 17. Nesse dia, uma quadrilha de oito assaltantes tentou roubar o local. Houve confronto com a PM. O saldo foi de dois ladrões mortos e um ferido.
No caso de anteontem, um funcionário foi levado para a delegacia para prestar depoimento. “O local funcionava há mais ou menos uma semana e eu só cuidava da manutenção das máquinas de suco e café. Fui contratado pelas meninas que cuidam do atendimento”, afirmou o funcionário, que não quis se identificar.
Por falta de espaço no 1º DP do município, as máquinas foram levadas para uma ala desativada da Cadeia Pública de Santo André.
Na madrugada de sábado, dois guardas civis de São Caetano foram detidos ao tentarem roubar um bingo clandestino no Centro de São Caetano. Um policial militar estaria fazendo a segurança.
Um dos motivos para o surgimento de muitos estabelecimentos clandestinos é a lei branda, segundo o delegado seccional de Santo André, Luiz Carlos dos Santos. O caso é considerado contravenção e não dá prisão em flagrante. Se houver condenação, a pena é de três meses a um ano. O prejuízo maior é financeiro, com a apreensão das máquinas.
“Fazemos nosso papel de polícia judiciária, mas os bingos não são prioridades de combate. Roubos e homicídios são mais graves”, afirmou Santos.
A visão é compartilhada pelo delegado seccional de São Bernardo, Marco Antônio de Paula Santos, responsável também por São Caetano. “Estamos agindo conforme a lei, mas os esforços de investigação são para crimes que afetam mais a população”, afirmou.
Segundo o MP (Ministério Público), já está em curso na região uma investigação para apurar o comando dos bingos ilegais e suas ramificações.
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