O Instituto Adolfo Lutz, ligado ao governo do Estado, retomou ontem a confirmação dos casos de dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Conforme o Diário noticiou em fevereiro, há cinco meses o instituto, responsável pela realização dos exames em todo o Estado, não recebia os materiais do Ministério da Saúde.

Balanço divulgado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC mostra que, de 903 casos represados desde o início do ano até o dia 11 de fevereiro, 599 testes já foram feitos, sendo que 116 deles deram positivo para a doença. O instituto prevê concluir os 404 restantes até a semana que vem. O Consórcio salienta que não estão computados os casos de Diadema, que possui sistema próprio de análise junto ao Adolfo Lutz. Dos 116 confirmados, 35 estão em São Bernardo, 29 em Santo André, 27 em Mauá, 20 em São Caetano, quatro em Ribeirão Pires e um em Rio Grande da Serra. O índice de casos positivos corresponde a 19,3% das notificações realizadas até o dia 11 de fevereiro.

Já sobre casos autóctones (contraídos no município de residência da pessoa), o levantamento do Consórcio aponta que, até o dia 18 de fevereiro, foram registradas 12 ocorrências na região, sendo uma em Diadema, uma em Mauá, quatro em Santo André, três em São Bernardo e três em São Caetano. O número é bem menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 299 casos autóctones. Em todo o ano de 2015, foram 7.403, aumento de 558% em relação a 2014. Sete pessoas morreram.

Na semana passada, em entrevista ao Diário, o coordenador do GT (Grupo de Trabalho) Saúde do Consórcio e secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, estimou que, com a retomada das confirmações pelo Instituto Adolfo Lutz, os casos da doença terão pico. “Em torno de 20%, 30% vão confirmar, e aí vamos ter o número real do que está acontecendo”, disse.

Os dados do Consórcio trazem ainda o número de casos suspeitos de dengue, computados também até o dia 18 de fevereiro: 2.464, ante 1.770 ocorrências no ano passado, crescimento de 39%. Outras doenças provocadas pelo mesmo mosquito transmissor da dengue, o zika vírus aparece com dez casos suspeitos no Grande ABC (oito em São Bernardo, um em Mauá e um em Santo André), e a febre chikungunya contabiliza 43 investigações, sendo 27 em São Bernardo, oito em Mauá, sete em Santo André e um em São Caetano.

O Consórcio também definiu nesta semana data para mais uma atividade de conscientização sobre como localizar e eliminar os criadouros do Aedes aegypti. O ato ABC contra o Aedes está marcado para o dia 12 no Jardim Zaíra, em Mauá, na região de divisa com Santo André e São Paulo.