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Talibans massacram mais de 320 civis no Afeganistão
Das Agências
19/02/2001 | 13:47
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A milícia dos Talibans, que governa o Afeganistão, assassinou mais de 320 civis no centro do país em ações nos últimos nove meses com o objetivo de atemorizar a população e minar o respaldo à oposição ao regime, segundo um informe da organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW), divulgado nesta segunda-feira.

  Os documentos elaborados pela HRW descrevem com detalhes as mortes de 300 membros da etnia Hazara, um grupo muçulmano, no distrito de Yakaolang, na província de Bamiyan, no começo do mês de janeiro.

  Pelo menos 31 prisioneiros da mesma etnia Hazara, dos quais 26 eram civis, foram executados em maio de 2000 por soldados talibans perto da passagem de Robatak, entre as províncias de Baghlan e Samanagan, ao norte do Afeganistão.

  A HRW, que sustenta suas denúncias com material fotográfico e uma lista das vítimas, pediu às Nações Unidas e à comunidade internacional para que se pronunciem sobre os assassinatos e execuções sumárias no Afeganistão, afetado por mais de duas décadas de guerra interna.

  'Uma investigação completa poderia deter as matanças massivas de civis afegãos', disse Sidney Jones diretora executiva da divisão da Ásia da Human Rights Watch.

  'As Nações Unidas, até o momento não documentaram sistematicamente e não consideraram a investigação dos abusos no Afeganistão', acrescentou Jones.

  Jones criticou o fato de a comunidade internacional não prestar atenção às atrocidades que são cometidas dentro do Afeganistão, como faz com o suposto apoio que Cabul dá ao terrorismo.

  'A mesma energia devia se dirigir a deter a matança de civis no Afeganistão', declarou.

  Os Hazara, que vivem no centro e norte do Afeganistão, têm uma longa disputa com os Sunnitas, que controlam a milícia Taliban, que desde 1994 governa Cabul.

  Os líderes talibans se negam a reconhecer os Hazara como verdadeiros muçulmanos, pois eles resistem às drásticas normas impostas pelo regime.

  As áreas habitadas pelos Hazara permaneceram sob o controle do opositor Frente Unida, que controla 10% do território do Afeganistão.

  O massacre em Yakaolang começou no dia 8 de janeiro e se prolongou durante quatro dias.

  As forças dos talibans, que procuravam seguidores da Frente Unida na região, haviam assassinado 300 homens civis adultos, incluindo as equipes locais de organizações humanitárias.  'Os homens foram reunidos em grupos, em vários pontos do centro do distrito e em setores periféricos. Depois foram baleados em público', afirma o documento da HRW.

  O maior grupo de cadáveres foi visto por testemunhas no povoado de Qala Arbab Hassan.  Além disso, em pelo menos duas ocasiões, soldados talibans executaram comissões de líderes Hazara que foram a Yakaolang para discutir a segurança.

  Nos arredores da passagem de Robatak foram encontradas três sepulturas, que continham um total de 31 corpos.

  Os homens encontrados nestas tumbas foram mantidos presos pelos talibans durante quatro meses, sofrendo torturas e outros abusos antes de serem executados, diz o informe.




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