Sob o prisma da candidatura própria peemedebista em Santo
André, ex-secretário de Gabinete iniciou a estratégia ontem
Três dias após romper com o governo do prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), o ex-secretário de Gabinete Nilson Bonome (PMDB) deu o tom da ofensiva no ensaio por cooptar aliados da administração petebista. Sob o prisma da candidatura própria peemedebista na cidade, Bonome iniciou oficialmente ontem a estratégia em encontro com a executiva do PSB, que se mostrou tentada a firmar a parceria.
O presidente do diretório socialista local, Ivo de Lima, sustenta que o partido avalia com "bons olhos" a alternativa do PMDB, encabeçada por Bonome que, segundo ele, é nome que agrega, especialmente pelo suporte partidário previsto com o vice-presidente da República, Michel Temer. "As principais linhas são as mesmas. Não vejo dificuldade em acertar. Considero que a margem é de 50%, o resto divide entre as demais candidaturas."
Ivo rechaçou que o PSB tenha fechado acordo com Aidan para entrar no arco de alianças governista. Pelo contrário. Segundo o presidente, o governo não demonstrou interesse em conversar. "Com isso, eles nos deixou à vontade para conversar com qualquer legenda. Se tivesse mostrado, poderíamos ficar desconfortáveis. Mas não, o PSB está livre." Ele garante que o presidente estadual da sigla, Márcio França, deu autonomia ao diretório para decidir o caminho em Santo André.
Na base de sustentação, o PSB possui cerca de 20 cargos no Executivo, porém de pouca expressão. No período que atuou, nos bastidores, para ser vice na chapa de Aidan, Bonome fez aproximação com algumas legendas aliadas para apoiá-lo no pleito. PSL, PRB, PSB, PV e DEM tiveram participação do ex-secretário na estruturação partidária.
"O principal da relação é pela ideologia, por projetos que queremos praticar, fazer a administração juntos, de fato com a colaboração", alega Bonome. "A movimentação revela que nosso projeto não é fumaça."
A ligação do ex-titular de Gabinete com o PSB não é recente. Na convenção municipal para escolher o sucessor do vereador José Ricardo à frente da direção, Ivo levou vantagem sobre o parlamentar Almir Cicote, candidato apoiado pelo presidente. À época, em função da relação estreita, cogitou-se que Bonome fez articulação para contribuir pela chapa de oposição.
Com a indefinição da consolidação da candidatura do PSDB, Ivo destaca que o PMDB é a grande surpresa no jogo político de Santo André. "Certamente vai atrapalhar o processo que parecia estar montado", analisa o presidente, adiantando que "essa é a primeira de muitas conversas com a legenda". Pré-candidato tucano, Paulinho Serra fará reunião com os socialistas na próxima semana.
Para dissidente, atitude de Araújo e Juliano é incoerente
O voo solo do PMDB, com Nilson Bonome, custou a ruptura do partido com a administração Aidan Ravin (PTB) e a divergência diante dos vereadores correligionários José de Araújo e Sargento Juliano. Eles defendiam aderir somente à campanha de reeleição do petebista, o que incomodou o diretório estadual. Após a decisão da executiva paulista, os parlamentares demonstraram interesse em entrar na disputa, provocando prévia interna.
Segundo Bonome, a atitude dos vereadores é incoerente. "Se estão defendendo caminho junto com Aidan, como apoiam que tenha prévia para escolher candidato? Precisa definir primeiro essa situação." O ex-secretário declarou, porém, que não vê problema na concorrência dentro do PMDB. "Se assim ficar decidido pela estadual, vou acatar. Disputarei sem dúvida."
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