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Distribuidora de tubos de aço investe
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
31/05/2010 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Os investimentos da Petrobras na expansão e modernização de suas refinarias e a perspectiva de exploração do petróleo na camada do pré-sal despertam o interesse dos fornecedores de produtos e serviços, de olho nas vendas para a estatal.

Com foco nesse potencial de mercado, a Neolider, distribuidora de tubos de aço localizada em São Bernardo, está investindo de R$ 12 milhões a R$ 15 milhões em um novo CD (Centro de Distribuição), que começará ser construído em agosto no bairro Batistini.

Segundo o diretor-presidente, Antonio Carlos Ferreira, a ideia é unificar a operação para obter ganhos com a agilidade da entrega e com a maior capacidade de armazenagem. Atualmente, a empresa tem três depósitos no município que contam, juntos, 45 mil m² de área total e 15 mil m² de construção.

O novo espaço, com 111 mil m² de área, terá inicialmente 24 mil m² de armazéns, o que permite futuras ampliações. A meta é usufruir da expansão do mercado de petróleo. "O Brasil está crescendo bastante e o objetivo é aproveitar o potencial com a Petrobras", afirma o executivo. Ele cita grandes obras como a construção do futuro Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

O fornecimento à estatal petrolífera (diretamente ou via empresas de engenharia que têm contratos para obras nas refinarias) responde atualmente por cerca de 20% do faturamento da Neolider, que espera crescer neste ano 15%, chegando aos R$ 200 milhões em vendas.

Outros segmentos que a companhia atende são a indústria alimentícia, de papel e celulose, de móveis, construção civil, petroquímica e usinas de açúcar e álcool. Essa última também representa 20% dos negócios da distribuidora, que comercializa mensalmente cerca de 2.000 toneladas de tubos de aço inox e de aço carbono.

Fusão - Atualmente ranqueada entre as dez maiores do mercado no País, a distribuidora é resultado da recente fusão (concluída em fevereiro) entre duas empresas do ramo, a Inbranox, que tinha 20 anos de existência, e a Inoxforte, fundada há cinco anos.

As conversas para a união das companhias já vinham desde novembro e, segundo Ferreira, tinham como alvo se posicionar melhor no mercado - "bastante competitivo" - ganhando escala e reduzindo custos operacionais. "Unimos todos os funcionários e o departamento administrativo num único prédio", cita Ferreira.

Petrobras beneficia fornecedores em US$ 91 bi
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), Luciano Coutinho, estima que os investimentos de quase US$ 112 bilhões anunciados pela Petrobras devem gerar impacto de, pelo menos, US$ 91 bilhões sobre a cadeia produtiva do setor entre 2009 e 2013. O estudo foi apresentado pelo executivo durante palestra no III Foro Brasil-União Europeia, realizado no Rio de Janeiro.

Coutinho lembra que 22% desses investimentos correspondem a projetos ligados à exploração e produção de petróleo no pré-sal e, por isso, ainda estão subestimados. Pela pesquisa, o setor de serviços é o que mais vai se beneficiar dos efeitos indiretos do investimento programado pela estatal, gerando US$ 34 bilhões.

Já o segmento de máquinas e equipamentos é o que vai receber mais recursos diretos da Petrobras (US$ 43,1 bilhões), mas a aplicação dessa cifra vai proporcionar efeito indireto mais modesto, de US$ 8,3 bilhões. "Temos que desenvolver uma base grande de produção aqui. A escala do investimento é muito grande, deve precisar de mais siderurgia, com mais chapa grossa, de mais insumos para siderurgia, vai precisar de mais ferrovias, estaleiros, mais equipamentos", explicou.

Segundo Coutinho, promover o desenvolvimento dessa cadeia produtiva é um desafio, porque não seria "inteligente" para o Brasil optar por um modelo de país exportador, que apenas vende o petróleo, sem promover o crescimento da indústria local. (Da AE)




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