França, Rússia, China e até os Estados Unidos, principal aliado de Israel, expressaram sua oposição a uma expulsão do palestino, qualificando a iniciativa de erro grave. Já o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, estimou que a decisão é "imprudente".
O porta-voz da Casa Branca, Scott McCellan, informou que a questão tem sido discutida entre a conselheira de segurança da Presidência, Condoleezza Rice, e funcionários da região. McCellan disse ainda que a postura dos Estados Unidos sobre o assunto é bem conhecida pelo governo israelense. "Não nos parece que irá melhorar as coisas e somente serviria para lhe dar um cenário mais amplo", acrescentou o porta-voz, diante da insistência dos jornalistas.
O presidente francês Jacques Chirac disse que Arafat "é o representante legítimo da Autoridade Palestina" e que "seria um grave erro tentar eliminá-lo do campo político".
Já a Rússia declarou que a execução da decisão de Israel seria "um sério erro político".
A China, por sua vez, advertiu que uma eventual expulsão de Arafat "não faria mais do que exacerbar as tensões atuais entre israelenses e palestinos e não seria de nenhuma utilidade par ao processo de paz no Oriente Médio".
Escudo Humano - Logo após a decisão do governo israelense, registrou-se uma onda de manifestações de apoio a Arafat nos territórios palestinos. Mais de três mil pessoas se reuniram em frente da Mukata, o quartel-general do líder palestino, numa espécie de escudo humano para protegê-lo. Arafat, 74 anos, garante que não tem intenção de abandonar a Cisjordânia e só sai de lá morto.
Em Gaza, os manifestantes foram mais de cinco mil. Eles se concentraram em Nablus, Jenin e Tulkarem. No sul do Líbano, os protestos de refugiados palestinos reuniram cerca de 35 mil pessoas.
Ameaça - As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, grupo radical vinculado ao Fatah (partido do líder palestino Yasser Arafat), ameaçaram nesta sexta-feira "atacar Israel em toda parte", caso seja executada a decisão expulsar o presidente da Autoridade Palestina.
"Proclamamos em voz alta que se essa decisão for executada, vamos atacar Israel por toda parte, sem nenhuma exceção. Não haverá linha vermelha e não distinguiremos entre grandes e pequenos", afirmou o comunicado do grupo.
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