Torcida organizada só entrará em estádio depois de a Polícia Militar autorizar cada um de seus integrantes e os clubes terão de arcar com a despesa de seguranças particulares, que reforçarão o trabalho policial.
Esta, pelo menos, é a intenção do presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero, que pretende liberar o acesso das agremiações aos locais de partida antes mesmo dos 120 dias da punição imposta às entidades após as cenas de violência no jogo em que o Corinthians, há duas semanas, foi derrotado pelo River Plate, no Estádio Pacaembu. "Não somos contra a boa torcida, só não admitiremos que vândalos e criminosos assistam aos jogos", disse o presidente.
É ainda um projeto da FPF que, antes de ser posto em prática, passará pelo crivo das polícias Civil e Militar e do Ministério Público. "Já conversei com a Confederação Brasileira de Futebol e com a Confederação Sul-Americana (Conmebol) e eles se mostraram favoráveis às mudanças", garantiu. "Nossa intenção é colocá-lo em vigor o mais rápido possível, talvez no Campeonato Brasileiro."
Os torcedores das organizadas só receberiam liberação após a entidade apresentar uma séria de documentos sobre cada sócio: foto, números de documentos e identidade digital. "As catracas terão leitores de impressões digitais", espera Del Nero. "É uma tecnologia que já existe e será um investimento barato comparado ao bem que trará ao futebol." Mais um custo para os clubes, porém.
Depois de minuciosa avaliação policial, a FPF entregaria a cada torcedor um cartão magnético, com o qual compraria os ingressos. A distribuição, entretanto, seria lenta, de 200 em 200. "A cada 15 dias entregaríamos um lote", disse. "É necessária uma ampla investigação sobre cada torcedor", justificou.
Pelo projeto, cada jogo passaria a contar com agentes particulares, pagos pelo clube mandante. Como responsável pela estratégia contra a violência, seria criada a figura do gerente de segurança. "Provavelmente um ex-policial", comentou Del Nero. Existiriam ainda os comissários de segurança, que cumpririam ordens do gerente. "Para partidas de alto risco, um a cada 250 torcedores. Médio risco: um a cada 500", detalhou. "Terão a função de identificar problemas e evitar as brigas."
As organizadas ficariam isoladas nas arquibancadas e deixariam o estádio após os demais torcedores.
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