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Políticos são todos iguais para Alckmin
Por Juliana de Sordi Gattone
Do Diário do Grande ABC
23/07/2006 | 08:08
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Em uma demonstração de coragem, o candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) disse o que todos os políticos sabem, mas preferem não admitir. “Hoje, os embates são menos ideológicos”, conclui. Embora não haja novidade no fato de as propostas de campanha serem basicamente as mesmas, a afirmação ganha dimensões diferentes quando proferida por um presidenciável. Segundo o tucano, agora os partidos só são diferenciados pela forma de trabalho, ou nas palavras do ex-governador, “pela capacidade de gerir, pela eficiência e pela qualidade dos gastos”.

Alckmin escolheu um exemplo utilizado pelos economistas há três anos, ou seja, desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o Palácio do Planalto, para embasar a teoria. “Veja que o PT, dito de esquerda, implementou uma política monetária de absoluta ortodoxia, capaz de fazer corar Pedro Malan”, justificou, citando o ex-ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique Cardoso, criticado pelos petistas pela adoção do sistema neoliberal.

A reflexão do tucano sobre o atual estágio da política brasileira faz sentido. Tomando como base as duas principais bandeiras da campanha de Alckmin – crescimento e emprego – é possível observar que são as mesmas de Lula na corrida presidencial de 2002, quando foi eleito. “Mas a gente precisa mudar a cultura. Passar para a cultura da eficiência”, afirmou.

E nesse sentido, resta ao tucano criticar apenas o formato adotado pelo governo petista, mas não o conteúdo. “Vamos aprofundar a inserção do Brasil na economia mundial”, promete e cita números: “A cada US$ 1 bilhão que se exporta gera-se 60 mil empregos no país. Mas do jeito que estamos, podemos exportar emprego com o juros, o câmbio e a carga tributária”.

Histórico – O presidenciável fez uma análise de como seria assumir o Brasil em 1989, quando Fernando Collor de Melo tornou-se o primeiro presidente  eleito pelo voto popular, e agora, após quatro governos democráticos. “O Brasil é outro país.”

Alckmin citou como principal fator a questão da conquista do controle inflacionário. “A minha geração não sabia o que era moeda estável. Era inflação de 2000% ao ano”, relembrou. “Então, estamos em outro país, de moeda estável, de economia globalizada. É outro cenário, muito mais exigente.”.

Para o tucano, a inflação mascarava os demais problemas, que ficavam em segundo plano. “Ao contrário do que acontece agora.” Saindo da questão econômica, Alckmin citou um fator comportamental. “O Brasil é mais maduro do ponto de vista democrático.”




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