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Importação de carros supera exportação
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14/06/2009 | 07:10
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Divulgação


Pela primeira vez em quase 15 anos, os brasileiros compraram mais carros importados do que a soma de todos os veículos que o País exportou. No acumulado de janeiro a maio, 169 mil veículos fabricados em países como Argentina, Alemanha e Coreia do Sul foram vendidos no mercado nacional, enquanto as exportações totalizaram 162,4 mil veículos.

Em número de unidades, a balança comercial brasileira não era negativa desde 1995, o primeiro ano cheio do Plano Real, quando o dólar e a moeda brasileira tinham praticamente o mesmo valor. Nos anos seguintes, o saldo anual nunca mais foi deficitário, como mostram dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, espera que o saldo negativo, que foi mais acentuado no primeiro trimestre, siga se recuperando, a exemplo dos resultados de abril e maio. Ele admite, porém, que o câmbio atual favorece as importações.

Além disso, os mercados abastecidos pelo Brasil, principalmente na América Latina, estão em crise, e as encomendas de janeiro a maio despencaram 47,4%.

"O principal, na verdade, é que a relação exportações-importações/vendas está no zero. Há dois ou três anos estava nos 40%", analisa o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, sócio da Quest Investimentos. "A relação cede pela alta de consumo relativo: exportamos pouco e nosso consumo doméstico cedeu menos do que o do resto do mundo."

Em valores, o saldo da balança comercial de veículos ainda é favorável ao Brasil em US$ 800 milhões neste ano, mas está abaixo da média de igual período do ano passado. A Anfavea projeta queda de 39% nas exportações em 2009, para US$ 8,5 bilhões.

Em unidades , o tombo, inicialmente, ficaria em 32%. "Nossa previsão feita no início de abril de exportar 500 mil veículos parece otimista demais diante dos resultados que tivemos nos primeiros cinco meses", diz Schneider.

De janeiro a maio, o setor exportou 162,4 mil veículos, ante 308,6 mil no mesmo período de 2008.

As importações devem corresponder a 13% das vendas previstas para o ano todo, de 2,7 milhões de unidades, o que daria cerca de 352 mil unidades. Schneider lembra que a maior parcela das importações são da Argentina e do México, "países com os quais o Brasil tem vínculos históricos e acordos comerciais".

Carros vindos do Mercosul e do México não pagam imposto de importação e são trazidos, a maioria, por montadoras locais para complementar a linha de produtos. Já modelos fabricados em outros países são taxados em 35%.

Segundo a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), de janeiro a maio, as empresas filiadas à entidade importaram 12 mil veículos, 17% a mais que em igual período de 2008. Há vários lançamentos nessa faixa de produto, normalmente com preços acima de R$ 100 mil.

Na quarta-feira, a BMW lançou o Mini Cabrio - a versão conversível do Mini Cooper, lançada este ano - e o esportivo BMW Z4. A Hyundai apresentou o hatch i30 e, na próxima semana, a Mercedes-Benz, que este ano iniciouas importações do minicarro Smart, apresenta o Classe E.




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