O canteiro de obras do piscinão do Paço em São Bernardo, idealizado pelo prefeito Luiz Marinho (PT), segue com efetivo reduzido, três meses depois da demissão em massa de 120 operários da Construtora OAS, que, ao lado da Serveng Civilsan (Consórcio Centro Seco), executa os serviços, iniciados em dezembro 2013.

A revelação foi feita pelo presidente do Sintracon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Admilson Lúcio Oliveira, que confirmou preocupação com o andamento do projeto, além da situação dos trabalhadores demitidos. “Quando ocorrem demissões, a situação se torna apreensiva. Conseguimos na ocasião evitar que o corte fosse ainda maior. No entanto, nada evoluiu daquele período. Alguns foram recontratados, mas outros seguem procurando oportunidade. É complicado prever o quanto isto afetará a obra, uma vez que avaliamos que o normal do andamento seria com um efetivo de 600 operadores e hoje o número é de aproximadamente 250.”

Em outubro, o Diário revelou o corte em massa de funcionários da empreiteira, que alegou dificuldades financeiras e falta de recursos para a continuidade dos serviços. A OAS é uma das empresas investigadas na Operação Lava Jato, que apura desvios de dinheiro na Petrobras para favorecer campanhas políticas. A empreiteira, que é detentora de grande número de obras no município, segue com graves problemas financeiros, abrindo processo de recuperação judicial no ano passado.

“O nosso trabalho segue em conversar bastante com a administração e a construtora. Nesta semana devemos fazer nova reunião com o objetivo de garantir avanços na discussão com os funcionários”, acionou o presidente do Sintracon.

O projeto do piscinão do Paço é uma das principais plataformas políticas que Marinho tenta vincular ao secretário de Serviços Urbanos e de Coordenação Governamental, Tarcisio Secoli (PT), definido como candidato à sucessão no pleito de 2016.

No local do canteiro, a equipe do Diário constatou na sexta-feira, às 15h50, a presença de pequeno grupo de operadores. Um dos representantes da diretoria do Consórcio Centro, Carlos Eduardo André, se recusou a conversar com a reportagem, alegando ter outros compromissos e que questionamentos sobre a obra devem ser enviados ao governo Marinho.

O piscinão tem previsão de conclusão para o fim de 2016 e custo estimado de R$ 295,8 milhões, grande parte custeada pelo governo federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A Prefeitura de São Bernardo destacou que a conclusão ocorrerá em dezembro e informou que “atualmente a obra se concentra obedecendo o cronograma definido”. “As intervenções acontecem no túnel sob a Rua Jurubatuba em duas frentes, e na interligação de drenagem entre o Paço e a Avenida Aldino Pinotti. A Prefeitura tem contrato com a empresa gestora e cabe à mesma contratação de mão de obra técnica e qualificada para execução das obras”.