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De volta ao pantanal
Rachel Peroba
Da TV Press
26/05/2006 | 07:56
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Disposição e talento para o improviso parecem ser qualidades obrigatórias para estar no elenco e na produção de Bicho do Mato, próximo folhetim da Record, que estréia no dia 10 de julho. Escrita pela dupla Bosco Brasil e Cristiane Fridman, a produção será uma livre adaptação da novela homônima, escrita originalmente por Renato Correia e Castro e Chico de Assis, que foi ao ar pela Globo em 1972.

Alojados no Pantanal Matogrossense desde o início deste mês para gravar as primeiras cenas da trama, atores e equipe encaram um acelerado ritmo nas gravações. Além disso, precisam de muita aptidão para driblar as dificuldades de locomoção por conta do período de cheia nos rios da região. Para o diretor da novela, Edson Spinello, apesar das dificuldades de acesso e da falta de infra-estrutura, a exuberância do lugar compensa. “Conseguimos imagens inéditas e inusitadas. O Pantanal tem tudo a ver com a trama”, comemora o diretor. Antes de gravar as primeiras cenas, Spinello ficou 15 dias apenas fazendo stock-shots da paisagem pantaneira (tomadas usadas como intervalos entre as cenas de uma novela).

Como a maior parte das gravações para esse núcleo da novela são externas, a exuberância de fauna e flora foi o principal critério para a escolha das locações. Mas para enfrentar a natureza todos os dias e ainda extrair bons resultados das filmagens, a equipe de produção precisou providenciar todo um aparato. Como veículos com tração 4x4 – próprio para andar em terrenos pouco amistosos. Além disso, recorreram a helicópteros, lanchas, caminhões, ônibus e até pequenos aviões. “Elenco e produção se adaptaram bem às adversidades do Pantanal. Tudo veio com a prática”, diz o ator Luiz Guilherme, que dará vida ao personagem Brandão.

Boa parte das locações fica nos arredores da rodovia Transpantaneira, a principal do estado. A equipe também está gravando na Chapada dos Guimarães e em Nobres, no Mato Grosso, que fica a cerca de 150 quilômetros de Cuiabá. Para Jonas Bloch, que na trama interpretará o vilão Ramalho, o intenso ritmo das gravações e a locomoção não chegam a ser problema. Ao contrário, tornam o trabalho mais instigante. “A gravação tem um clima de entusiasmo pelo trabalho e pela história. Além disso, estar aqui no Pantanal é uma emoção indescritível”, comemora o ator.

Apesar do entusiasmo, há outras complicações. Atores e diretor são unânimes em destacar que a maior dificuldade nas gravações são as cenas com animais. “Eles não escolhem a nossa hora de gravação. Além disso, o tempo de luz é curto”, resmunga Spinello. Já Luiz Guilherme tenta disfarçar o receio com um tom de brincadeira. “Somos atores e os bichos não têm como ensaiar”, ironiza.

Para Roberto Bomtempo, que fará o personagem Piauí na trama, a relação com um ambiente novo ajudou muito na adaptação às rotinas de gravações. Outro ponto positivo é o fato de a equipe ter um excelente entrosamento e espírito de motivação. “A maior facilidade, de fato, é colocar a câmara em qualquer lugar e ter uma imagem deslumbrante”, garante.

A novela também terá gravações nos estúdios construídos no Recnov, no Rio de Janeiro, a partir de junho. Enquanto isso, os profissionais que estão no Pantanal tocam o trabalho em ritmo acelerado. “Estamos gravando todos os dias com duas frentes. Tudo para ter o maior número de imagens para colocar na novela”, adianta Spinello. A idéia é ter um bom adiantamento de capítulos para fazer frente a qualquer imprevisto nas gravações no Mato Grosso. Tudo para não pôr em risco a estréia, prevista para julho, no lugar de Prova de Amor.



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