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MP planeja abrir inquérito para barrar demolição da Fábrica de Sal

Órgão encaminhou ofício para administração de
Ribeirão, que deve ser respondido em até 15 dias

Por Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
29/01/2016 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


O MP (Ministério Público) já sinaliza entrar com inquérito para impedir a demolição da Fábrica de Sal de Ribeirão Pires. Ontem, dia em que o Diário publicou denúncia sobre a gestão Saulo Benevides (PMDB), que planeja destruir o patrimônio histórico para construir shopping ou empreendimento imobiliário, o MP enviou à Prefeitura ofício para que a administração responda o que pretende fazer na área.

Conforme o MP, caso o Executivo informe que deve demolir o imóvel, o inquérito será instaurado. A votação para decidir o futuro do edifício histórico vai acontecer na segunda-feira, na sessão da Câmara.

A partir do momento em que receber o documento, a Prefeitura tem 15 dias para se manifestar. Questionada pelo Diário, a administração disse que até o fim da tarde de ontem não tinha recebido nada.

O promotor de Justiça Abner Castorino Dias também se reuniu com representantes do Conselho de Patrimônio da cidade para discutir o assunto. A orientação foi que os integrantes solicitem que a Prefeitura faça audiência pública para explicar com transparência o que vai ser feito no local.

Segundo o presidente do conselho, Maurício Tintori Siqueira, o MP se mostrou disposto a ajudar. “Eles nos ouviram e foram receptivos. Também vamos atrás de mais documentação, porque queremos reunir o máximo de informações sobre a fábrica.”

O Diário procurou o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), órgão do patrimônio do Estado, para esclarecimentos sobre o processo de tombamento, que foi iniciado em agosto. O conselho informou que recebeu pedido de abertura de estudo que originou dossiê preliminar, atualmente em análise no setor técnico da Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico. “Somente após a análise técnica o dossiê será encaminhado para o Condephaat, que irá decidir pela abertura ou arquivamento do processo de tombamento. Enquanto tal estudo não for aberto, não há restrição para intervenções no imóvel”, informou.

HISTÓRIA – O prédio, localizado no Centro Alto, é o mais antigo do Estado, com 117 anos, e não 128, como o Diário havia publicado na edição de ontem. Ele foi construído pelos irmãos Maciotta, italianos que trouxeram tecnologia inédita no País ao moinho de trigo, que operava utilizando engenharia a vapor. Após falir, na década de 1960, passou a funcionar como uma fábrica de sal.

A Prefeitura informou que tem interesse em atrair investidores para o local, que pode abrigar grande empreendimento, como condomínio ou shopping center. A intenção é que a chaminé e o portal sejam mantidos. Segundo a administração, ambos estariam tombados, porém, o Diário apurou que a informação não procede, já que não há registro de tombamento ou impugnação de ambos. 




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