Placas que indicam a qualidade das águas da área, no Riacho Grande, voltaram após denúncia do Diário
Após denúncia do Diário, a Prefeitura de São Bernardo realizou, na semana passada, a instalação de placas que indicam a qualidade das águas da prainha às margens da Represa Billings, no Riacho Grande. A área, localizada em frente à ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), está com condição imprópria para banho, de acordo com relatório semanal de balneabilidade de mares e represas da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
Embora a Prefeitura tenha instalado o alerta, a sinalização não alterou o cenário na prainha do Riacho Grande. Banhistas seguem se aventurando pelas águas. Isso porque, diferente das bandeiras colocadas no ano passado, que trazia mensagem de “imprópria”, desta vez, nas placas vermelhas, fixadas em dois pontos da represa, só consta o logotipo da Cetesb.
Sem aviso claro sobre a condição imprópria para banho, visitantes afirmam desconhecer a informação. “Achei que a placa indicava que ali era o limite até onde podíamos nadar. Até porque ela é vermelha e não tem nenhum aviso. Como vou adivinhar?”, questionou aos risos a diarista Cleide Almeida da Silva, 35 anos.
Para piorar a situação, as placas colocadas no topo de duas estruturas metálicas tem sido alvo de vandalismo. Na tarde de sábado, a equipe de reportagem visitou o local e constatou que uma delas havia sido jogada ao mar por grupo de banhistas, por volta das 13h. “Colocamos elas no local pela manhã, mas alguns jovens que estavam alcoolizados acabaram tirando uma das placas. Optamos por deixá-la guardada até eles saírem do local”, revelou o guarda-vidas Marcelo Antônio Mendes, 30 anos.
Segundo o funcionário da administração, a fragilidade do material tem dificultado a eficiência do alerta. “Se bate vento forte, ela muda de direção e acaba ficando de costas para o banhista. Além disso, é muito fácil para se tirá-la do local. Infelizmente, é o que vem acontecendo. O pior é que não podemos fazer nada, a não ser orientar verbalmente”, disse Mendes.
O fato alertado pelo guarda-vida do local foi comprovado pela equipe do Diário. Após 30 minutos na prainha, a única sinalização que ainda permanecia intacta na represa foi retirada por outro grupo de banhistas que se apoiava no poste onde o aviso estava fixado.
IMPRÓPRIA
Em 2014, em um total de 51 semanas, somente em 16 a prainha mais popular da Represa Billings foi avaliada como própria para banho segundo o relatório da Cetesb. O índice representa 31,37% de todo período analisado. A última vez que a área estava em condições para uso foi em outubro do ano passado.
Apesar disso, banhistas dizem não se preocupar com os níveis altos de coliformes fecais da represa, o que pode causar doenças como gastroenterites. “Aqui é lugar onde consigo vir de ônibus municipal, pagando valor baixo. Trago comida na bolsa e fico o dia todo sem me preocupar. Se for pensar na água imprópria, não teria esse momento de diversão”, relata a faxineira Silvana Miyahira, 34, que foi duas vezes ao local neste mês, com o filho Carlos Jean, 11.
Já a enfermeira Patricia Portela, 38, fala do assunto com despreocupação. “É bom porque dessa forma as crianças pegam imunidade. Não tem motivo para se preocupar.”
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