Novo mandatário, Marcus Santaguita fala em ‘união’ e promete reestruturar entidade
A partir do dia 1º, a Acigabc (Associação das Construtoras, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) terá novo presidente. O engenheiro Marcus Santaguita substituirá Milton Bigucci, que está à frente da entidade desde 1995.
Na noite de ontem, em evento de apresentação da nova diretoria, Santaguita falou em promover a “união” entre os empresários do setor e atrair novos associados. Ele promete reestruturar a associação, que existe desde 1988 – sendo 24 anos sob comando de Bigucci (antes da atual passagem, de 21 anos ininterruptos, ele presidiu a Acigabc entre 1989 e 1991).
Entre as modificações na gestão, o número de vice-presidentes passará de dois para três, todos com o mesmo nível hierárquico. “Nós mudamos um pouco a estrutura da entidade e criamos uma vice-presidência por região: São Bernardo e Diadema; Santo André e Mauá; São Caetano e as demais cidades do Grande ABC. Cada uma com sua autonomia própria para fazer a abrangência regional”, comenta Santaguita. Para ele, o modelo vigente até o fim do mês “não está dando conta” de atender às demandas regionais.
Composta por 18 integrantes, a nova diretoria passa a ser segmentada por áreas de atuação, como incorporação, administradoras e imobiliárias. Ele avalia que a mudança foi necessária para melhorar a organização. “Do jeito que a gente vinha, todo mundo trabalhando junto, podia um assunto interessar mais para um e menos para outro”, admite.
Sobre a substituição de Bigucci, Santaguita garante que a transição ocorre de maneira tranquila, inclusive com o apoio do ainda presidente. Ele reconhece, entretanto, que “tinha essa necessidade de renovar” o comando da entidade. “Bigucci ficou muito tempo à frente, até porque ninguém quis, nesse período todo, se candidatar a presidente. Senão, certamente ele teria apoiado também.” A chapa sucessora foi eleita no fim de novembro e sem concorrentes.
MERCADO - Em relação à situação econômica do País, o novo mandatário fala na necessidade de uma solução rápida para a crise política. “Enquanto não acontecer alguma coisa na política, não acontece na economia. Isso (essa paralisia), sem dúvida, afeta todos os setores.” Entretanto, Santaguita demonstra posição contrária ao impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT). “Acho que o processo de impeachment não é bom para ninguém. O País fica parado discutindo isso e gera uma insegurança. Quem está de fora está vendo e fica com receio de investir.” Ele avalia que o desgaste, principalmente entre Executivo e Legislativo, deveria ser resolvido com acordos. “Mas, infelizmente, o governo não está tendo essa articulação. Isso é ruim para todos os setores produtivos.”
O engenheiro também faz críticas à política monetária adotada pelo Banco Central, que, em julho, elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 13,75% para 14,25% ao ano e sinaliza intenção de nova elevação no início de 2016. “Com a Selic em alta, está ocorrendo uma grande perda da poupança (para outros fundos de investimento). A poupança é o grande financiador do nosso setor. Então, acabamos ficando sem recurso. O que a gente ainda tem é alguma coisa do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O governo precisa incentivar e achar uma forma de crédito paralela, para que não se pare, simplesmente, um setor tão importante, que representa 14% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.”
Reflexo da restrição no crédito habitacional – a Caixa Econômica Federal diminuiu neste ano as cotas de financiamento –, a venda de imóveis novos caiu 16% no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo levantamento da Acigabc. No acumulado dos nove primeiros meses de 2015, a retração é de 11,5%. “O desemprego está corroendo a renda das famílias. Existe uma insegurança muito grande em assumirem dívidas”, comenta Santaguita.
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