Política Titulo Impeachment
PT prepara atos em defesa de Dilma no Grande ABC

Cúpula da legenda e aliados se reúnem no Sindicato dos Metalúrgicos; primeira ação é reforçar mobilização na Av.Paulista

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
09/12/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


As principais lideranças do PT regional fecharam agenda de atividades em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) na tentativa de mobilizar correligionários e partidos aliados contra o processo de impeachment em tramitação na Câmara Federal. A cúpula do petismo se reuniu ontem, por volta das 7h30, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, palco de manifestações da legenda, onde se convocou a participação efetiva da militância em momento político conturbado. A estratégia é abafar o que foi chamado de “golpe institucional orquestrado por legendas de oposição”.

A primeira ação do movimento é reforçar ‘ato em prol da democracia’ marcado para ocorrer dia 16 na Avenida Paulista, na Capital. No dia seguinte, a iniciativa visa resgatar antiga proposta de vigília, com duração de 12 horas no sindicato e debates sobre a conjuntura no País, das 13h até 1h. Há ideia ainda de formatar carta aberta à sociedade. O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e o presidente da entidade sindical, Rafael Marques (PT), foram anfitriões do evento, que também contou com a presença do chefe do Executivo de Santo André, Carlos Grana (PT), dos deputados estaduais petistas Luiz Turco e Ana do Carmo, além de vereadores das sete cidades.

O evento regional foi organizado de última hora após ato no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, na Bela Vista, liderado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que propôs ação conjunta com movimentos sociais e partidos políticos, especialmente no berço do petismo. Marinho e Rafael tomaram as rédeas da mobilização no Grande ABC. Lideranças veem com cautela a ocasião delicada enfrentada pelo Planalto, depois que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), acatou pedido de afastamento de Dilma como retaliação.

O Paço de Santo André, por outro lado, será palco no domingo de manifestações favoráveis à deposição de Dilma. Outras cidades da região devem registrar também movimento pela queda da presidente.

Grana afirmou que a atuação anti-impeachment formatada colocará a região novamente no protagonismo neste momento decisivo. Para o prefeito, o movimento local é indispensável, tendo em vista que “não se pode ficar calado” diante do atentado à democracia, protagonizado por partidos oposicionistas. “Há processo de ruptura institucional por questões políticas, uma busca por encurtar caminho para se chegar no poder. Queremos interromper o golpe que está em curso. Essa crise política não pode se alongar, é prejudicial, retrocesso. É inadmissível essa ação irresponsável.”

Rafael Marques falou em reeditar movimentos históricos do PT, construindo manifestações e intensificando a ação de aliados nos municípios da região – atualmente a sigla tem o comando de três prefeituras no Grande ABC. As lideranças do grupo irão, por exemplo, solicitar apoio de denominações religiosas, assim como houve adesão de algumas igrejas a movimento contra a ditadura militar no Brasil (1964-1985). “Faremos o trabalho de relação com igrejas, católicas, evangélicas e afros, o diálogo nas ruas. O PT ainda é partido que tem presença nos bairros, queremos aprofundar. É ano difícil, de crise econômica. A militância se distanciou, ficou acuada. É hora de voltar a campo”, avaliou o dirigente sindical. 




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