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Grande ABC ganha mais 1.003 professores
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
04/02/2011 | 07:46
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O governo do Estado contratou 1.003 novos professores efetivos para as 329 escolas da rede no Grande ABC. Foram 284 em São Bernardo, 255 em Santo André, 232 em Diadema e mais 232 para Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que fazem parte da mesma Diretoria de Ensino.

Os docentes estarão em sala de aula a partir do início do ano letivo, na quinta-feira. Com as contratações por meio de concurso, a rede passa de 7.694 professores efetivos em 2010 para 8.697 neste ano.

Para os coordenadores da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) no Grande ABC ouvidos pelo Diário, entretanto, não há motivos para comemorar. Apesar do reforço no quadro de funcionários, o problema é que ainda existem 6.747 professores temporários atuando na rede na região, número que representa 43%, ou seja, quase a metade do total de 15.444 docentes.

O Estado não soube dizer quantos deles têm estabilidade no emprego, garantida por lei para quem atua há mais de dez anos na profissão. A maioria deles, porém, atua sem vínculos empregatícios.

Segundo o coordenador da Apeoesp em Diadema, Ivanci dos Santos, os 232 professores contratados para lecionar na rede da cidade representam 15% dos cerca de 1.500 temporários que atuam no município. "O problema é que a palavra temporário não quer dizer que o docente atua apenas por um tempo. Alguns têm anos de contratos precários, o que dificulta a criação de vínculo com a escola e os alunos. Mesmo quando garantem estabilidade, não quer dizer que consigam melhorar sua condição", ressaltou.

DOENÇAS
A precarização do contrato de trabalho prejudica os professores, conforme o coordenador do sindicato em São Bernardo, Bruno Assis. "Alguns docentes temporários participaram desse concurso e passaram, mas não foram aprovados nos exames médicos porque têm doenças características do exercício da profissão, tal como calo nas cordas vocais, por exemplo", disse.

Para o coordenador, a situação é injusta. "O professor adquiriu a doença ao longo dos anos de trabalho e agora é impedido de regularizar sua situação por causa dela? Isso é fruto da má política educacional do governo do Estado", acusou.

Assis acredita que é necessário criar mais 80 mil vagas em todo o Estado para garantir Educação de qualidade e condições dignas para os professores. "Enquanto isso não for feito, a educação vai continuar patinando", refletiu.

CONCURSO
Em todo o Estado, 9.304 professores foram contratados por meio de concurso público. Os candidatos escolhidos foram aprovados na prova de aptidão. Cerca de 10 mil pessoas fizeram o exame, que é obrigatório para conclusão do curso de formação específica e tem caráter eliminatório.

Foram considerados aprovados apenas os que obtiveram nota igual ou superior a cinco de um total de dez pontos na prova e, ainda, que cumpriram um mínimo de 75% do total das atividades propostas no curso.

Após a nomeação e a posse, os professores participam da atribuição de aulas, cujo prazo se encerra segunda-feira. Só então estarão aptos para iniciar as aulas na rede estadual de ensino. 

No Grande ABC, municipais de 1ª a 4ª séries são maioria

A rede municipal do Grande ABC ultrapassa a rede estadual no ciclo de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental. São 198 as escolas municipais que oferecem as séries iniciais na região, contra 139 unidades estaduais.

A tendência é que a municipalização seja ampliada nesta faixa etária. Cidades como São Bernardo e São Caetano municipalizaram toda a rede de 1ª a 4ª séries.

Os números se invertem quando se trata do ciclo de 5ª a 8ª. Nesse caso, há apenas oito escolas municipais, contra 245 estaduais, média de uma municipal para cada 30 do Estado.

Santo André, São Bernardo, Diadema e Rio Grande da Serra não têm escola municipal que ofereça os anos finais do Ensino Fundamental.

Segundo a Secretaria de Estado da Educação, as escolas municipalizadas ganham em qualidade de ensino. A gestão municipal é facilitada, os recursos da cidade podem ser usados para construir unidades ou fazer reformas e os professores podem ser capacitados continuamente, entre outros benefícios.




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