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Raio queima aparelhos elétricos de residências
Por Marcela Suemi
Especial para o Diário
18/12/2009 | 08:00
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Pelo menos 14, das 20 casas localizadas na Travessa Viseu, Vila Palmares, em Santo André, estão há seis dias com aparelhos eletrônicos queimados por conta de forte descarga elétrica provocada por um raio. Até ontem, os moradores aguardavam a visita de um técnico da Eletropaulo para a avaliação dos estragos.

A descarga elétrica atingiu um poste na altura do número 16 da via, por volta das 14h do sábado.

"Eu estava tomando refrigerante. Quando o raio caiu, meus dentes cravaram no copo por causa do susto. Deu um clarão azul, e depois tudo se apagou", disse a dona de casa Abigail da Silva, 51 anos, contando que, na mesma hora, acionou a Eletropaulo. Segundo a dona de casa, duas horas depois, técnicos estiveram no local para a manutenção do poste danificado, solucionando o problema da falta de luz.

O que incomoda os moradores são os danos causados. Muitos continuam com seus eletroeletrônicos queimados. "Eu perdi dois televisores, um telefone e uma placa de rede do meu computador. Quero ser indenizada pela Eletropaulo", disse Abigail.

Os moradores que tiveram modens da Net danificados, contaram que estão sendo atendidos no decorrer da semana. A empresa informou que cerca de dez reclamações foram feitas nessa mesma rua. "Eu liguei na Net segunda-feira. Na quarta-feira, um técnico trocou meu aparelho por um novo. Já meu portão elétrico, o aquecedor (de água) e a placa de rede do meu computador estão queimados. Estou no aguardo de um técnico da Eletropaulo para uma análise e, se for o caso, quero minha indenização. Foi dado um prazo de 40 dias", contou a dona de casa Marinês Carmelita, 28.

"O que me prejudica é que não posso consertar nenhum desses produtos, pois perco o direito de reembolso. Meu marido, para entrar em casa, precisa levantar manualmente o portão. O que mais me incomoda é a falta do aquecedor (de água), pois tenho crianças em casa", desabafou Marinês. Segundo a dona de casa, a Eletropaulo informou que se algum conserto for realizado, ela perde a possibilidade de indenização, exceto se o produto danificado for um refrigerador.

Proprietário de um comércio de materiais de construção, Arlindo Kill, 59, também sofreu prejuízos. "No meu estabelecimento queimaram uma fonte de computador, uma fonte de impressora, um telefone e duas maquinetas de cartão. Tive que mandar arrumar tudo. A Eletropaulo pediu um laudo técnico e notas fiscais para, se comprovado o problema da descarga elétrica, fazer o ressarcimento do meu dinheiro", diz o comerciante. (Supervisão Guilherme Russo)

Empresa tem até dia 22 para inspeção

Ao questionar a Eletropaulo sobre o prazo da indenização aos moradores que tiveram os aparelhos queimados, o Diário recebeu um comunicado informando que a atuação do processo de indenização é feito de acordo com a resolução normativa 360/2009 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que determina o ressarcimento dos pedidos de indenização por danos em equipamentos elétricos causado por quedas no fornecimento de energia.

Como o caso ocorreu no sábado, a empresa ainda está dentro do prazo para compensar as vítimas. A análise dos danos será feita em 45 dias, segundo informou a Eletropaulo.

Não serão indenizados os consumidores que providenciarem, por conta própria, a reparação dos danos dos equipamentos sem aguardar o término do prazo para inspeção. Aqueles com produtos eletrônicos com danos ocasionados pelo uso incorreto do equipamento ou por defeitos gerados por instalações internas malfeitas, também, não terão o ressarcimento do dinheiro.

A empresa acrescentou que faz constantes manutenções preventivas, medidas de segurança e proteção, mas que a rede pode sofrer interrupções causadas por fatores que não dependem do controle e atuação da distribuidora.

Porém, segundo a Fundação Procon de São Paulo, a partir da notificação dos consumidores lesados, que pode ser feita em até três meses depois do incidente, "a concessionária terá dez dias corridos para inspecionar o equipamento danificado" e não 45 dias, conforme a promessa da Eletropaulo.

Quando o equipamento serve para conservar alimentos perecíveis ou medicamentos, a empresa tem apenas um dia para realizar a vistoria.

Depois da avaliação do estrago, a Eletropaulo tem "15 dias para apresentar, por escrito, resposta ao pedido e 20 dias para providenciar o ressarcimento", segundo nota emitida pela fundação.

"A empresa deve informar ao consumidor a data e o horário aproximados da inspeção ou disponibilização do equipamento. Caso não ocorra essa vistoria, o prazo para resposta será de 15 dias contados da data da solicitação do ressarcimento", completou o Procon. "O consumidor não deve reparar o equipamento danificado, salvo nos casos em que houver autorização prévia e formal da concessionária."




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