Investigadores da delegacia de Rio Grande da Serra prenderam na sexta-feira à tarde Michel Masaichi Nishino, 33 anos. Ele é acusado de ameaçar sua ex-companheira, a costureira C.Y.K., 32, há mais de dois anos, quando se conheceram no Japão.

Nishino foi preso por volta das 16h, quando chegava em uma casa que havia alugado na Rua Piauí, no Jardim Oratório, em Mauá. Nishino não resistiu à prisão. "Ele ficou surpreso, mas não disse nada. Queria saber o que estava acontecendo", disse Antonio Francisco Nunes Lopes, chefe dos investigadores.

O delegado titular de Rio Grande da Serra, Sérgio de Campos Simionato, disse que Nishino é uma pessoa que fala bem e que se manteve calmo durante a prisão. "Ele nega que tenha feito as ameaças, mas temos as provas no celular da vítima."

A costureira ficou aliviada com a notícia da prisão de Nishino. "A polícia fez um ótimo trabalho. Espero que sirva de lição e que ele não me procure mais", disse. "Apesar de que eu não sei o que vai acontecer se ele sair da cadeia."

JAPÃO - A costureira conheceu Nishino quando foi trabalhar no Japão, em 2006. Eles se envolveram e do relacionamento nasceu uma criança. "Quando minha filha tinha três meses eu deixei ele vê-la. Depois, começaram as ameaças", disse a costureira.

A vítima já havia registrado três boletins de ocorrência. No ano passado, a polícia instaurou dois inquéritos, mas o acusado não se intimidou e continuou a ameaçá-la. "Ele mandava mensagens pelo celular e telefonava. Tenho mais de 50 gravadas no aparelho. Além disso, ele entregou coroa de flores e caixão", contou.

Nishino nega as acusações da ex-companheira. "Tudo o que quero é participar da vida de minha filha. Nunca fui preso e não sei o que acontecerá comigo", afirmou.

A vítima resolveu procurar a imprensa depois de assistir pela televisão os últimos casos de crime passional, como o que aconteceu com a jovem Eloá Cristina da Silva, 15 anos, assassinada em outubro de 2008, pelo ex-namorado, em Santo André, e com a recepcionista Marina Sanches Garnero, 23, morta com quatro tiros pelo ex-companheiro Marcelo Travitzki Barbosa, 29, em São Paulo. "Não queria ser mais uma vítima. Temia pela minha vida, da minha mãe e das minhas filhas", disse.