Setecidades Titulo Ribeirão Pires
Vazão deve aumentar até o fim deste mês

Transferência de 4 m³/s de água entre sistemas depende de conclusão de obra do Daee

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
05/11/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


A realização de mais testes para a transferência de 4 m³/s de água do Sistema Rio Grande para o Alto Tietê, principal obra do Estado para combater a crise hídrica, deve acontecer após o dia 20, com quase um mês de atraso. Isso porque a ampliação da vazão do atual 1 m³/s, máximo permitido pela Prefeitura de Ribeirão Pires após alagamentos afetarem casas na cidade, depende de conclusão de obra do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica).

O departamento estadual realiza intervenção no Ribeirão Taiaçupeba-Mirim para adequar o sistema de dissipação de energia, diminuindo o impacto da chegada da água e, deste modo, evitando erosões e assoreamentos. Foi exatamente o acúmulo de sedimentos no leito do rio que causou alagamentos no dia 7 de outubro, depois do início do bombeamento na Represa Billings feito pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Ribeirão Pires, em reunião com o responsável do Daee, a Pasta foi informada que “o prazo para conclusão das obras e a realização de novos testes está previsto após o dia 20”. Porém, companhia, Daee e Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado não confirmaram.

A interligação entre os sistemas, tida como a principal obra para evitar o rodízio no abastecimento da Grande São Paulo e inaugurada em 30 de setembro, foi desenvolvida para transferir total de 4 m³/s de água do Rio Grande, ao longo de 22 quilômetros, para a ETA (Estação de Tratamento de Água) Taiaçupeba, em Suzano. Porém, após o alagamento, vem operando com movimentação de, no máximo, 1 m³/s, em operação assistida cuja previsão era durar 30 dias após a entrega. A medida foi firmada por meio de acordo entre a Prefeitura e a Sabesp e, desde então, não foi registrado mais nenhum incidente.

O transtorno, agora, fica por conta da obra do Daee, na Rua Bragança. A via está praticamente intransitável devido à lama. Segundo relatos, as crianças que passam pelo local rumo à escola chegam completamente sujas. O quintal do aposentado Eli Gonçalves Martins, 58 anos, que mora ao lado de onde ocorrem os trabalhos, tem rastros de sujeira em toda sua extensão. A residência, inclusive, é uma das três que foram interditadas parcialmente, por precaução, pela Defesa Civil. Para ele, a obra deveria ter acontecido antes de o bombeamento ser iniciado. “Do jeito que o rio estava não suportou a vazão. Ficou cheio até a boca, todos ficaram assustados. Era para ter feito essa obra antes.”

Conforme a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado, o ajuste que está sendo realizado pelo Daee “só poderia ser feito após o início da operação assistida, uma vez que dependia da chegada da água para ser constatado.” “Em paralelo a isso, a transposição segue em operação assistida, com bombeamento de água, o que já tem colaborado para o aumento da segurança hídrica do Sistema Alto Tietê e, consequentemente, da Região Metropolitana. Em questão de dias, a transposição alcançará sua força total, de 4 m³/s”, concluiu, em nota.  




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