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PT de São Caetano tenta aliança inédita com Psol

Na iminência de perder único vereador petista, partido busca alternativa para socorrer chapa proporcional para 2016

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
03/11/2015 | 07:05
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Montagem/DGABC


Na iminência de perder o único vereador do PT em São Caetano – Pio Mielo, que está de malas prontas para o PMDB –, o diretório do petismo na cidade tenta viabilizar aliança inédita com o Psol para a eleição de 2016. A empreitada, ainda ventilada apenas nos bastidores, visa fortalecer a chapa proporcional dos dois partidos e a formação de parceria para a disputa majoritária.

Na corrida por vaga na Câmara, a coligação poderia beneficiar nomes de ambos os lados que foram bem votados em pleitos anteriores, mas que não são eleitos pelo fato de ou o partido não atingir o quociente eleitoral – caso do Psol – ou a quantidade de votos depositados na sigla garantir somente uma cadeira à legenda – caso do PT.

Dentre os quadros que se frustram a cada páreo estão os ex-vereadores Horácio Neto (Psol) e Vera Severiano (PT), além do suplente Ricardo Rios (PT). Apesar de não ter eleito nenhum representante no Legislativo são-caetanense em 2012, o Psol contabilizou mais votos (3.098) que partidos que garantiram vagas através do quociente partidário, ou seja, pela sobra de adesões depositadas à coligação que fizeram. Neste cenário entram o PDT (2.114), o PCdoB (1.329) e o PHS (1.055) – elegeram por quociente, respectivamente, Cidão do Sindicato (hoje no Solidariedade), Eder Xavier (agora no PSC) e Edison Parra.

Na briga pelo Paço, ainda não está certo se petistas se uniriam a socialistas, encabeçando a chapa majoritária ou indicando alguém para a vaga de vice. Parte do PT defende a candidatura do ex-presidente do Sesi Jair Meneguelli (PT), mas há parcela que quer a legenda no arco de alianças do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), que disputará a reeleição. Outra corrente também fala em suporte à candidatura da vice-prefeita Lúcia Dal’Mas (PRTB). Já o Psol tem dois pré-candidatos ao Palácio da Cerâmica: o advogado Renan Celestino e o professor universitário Pedro Teruji.

NADA OFICIAL
Dirigentes dos dois partidos rechaçam que a parceria seja cogitada, uma vez que a união PT-Psol é incomum até mesmo no País. A legenda socialista foi criada em 2005 justamente por políticos dissidentes do PT, que se diziam descontentes com o rumo do petismo. Desde então, o Psol mantém críticas ferrenhas aos petistas.

Presidente do PT de São Caetano, Márcio Della Bella negou existência de discussões sobre a coligação com o Psol em 2016, porém sinalizou ver com “bons olhos” eventual acordo. “Nós nunca falamos sobre isso. Mas o PT nunca teve problemas em dialogar com o Psol”, frisou o dirigente.
Sem mandato desde que deixou a Câmara de São Caetano, em 2008, Horácio Neto refutou a parceria com os petistas, no entanto, destacou que a legenda não se negará ao diálogo. “Dentro do Psol não existe essa discussão, mas acho difícil (unir-se ao PT), pelos critérios de alianças do nosso partido”, explicou o ex-parlamentar, ao emendar que as denúncias de corrupção envolvendo os governos petistas dificultariam adesão com o PT.

Presidente do Psol local, Thiago Cavallini não poupou críticas aos petistas. “Da minha parte, está descartada (a parceria). O PT terminou seu ciclo na política. Se provou ineficaz, tanto no combate à corrupção quanto nas políticas públicas”, disparou o dirigente, que também disputou cadeira de vereador em 2012, mas não levou. 




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