Setecidades Titulo Mobilidade Urbana
Pedalar sem ciclovia é comum em Mauá

Município conta com 5 quilômetros de faixas
exclusivas para bikes; Prefeitura realiza estudo

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
01/11/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Pedalar em espaços sem ciclovias é rotina para trabalhadores de Mauá. O município conta atualmente com apenas cinco quilômetros de espaços exclusivos para bicicletas, embora tenha o maior bicicletário da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), com 1.700 vagas, localizado na Estação Mauá. A cidade ainda sofre para ampliar a integração dos meios de transporte em suas principais vias. Segundo usuários, quem opta pelo uso da bike tem de enfrentar ‘luta’ diária com veículos e pedestres.

“Acho que precisávamos ganhar atenção maior da Prefeitura, já que somos muitos ciclistas em Mauá. Hoje usar a bicicleta é a melhor alternativa que tenho para ir ao trabalho”, relata o operador de máquina Marivaldo da Silva, 21 anos.

O morador, que trabalha no Parque Oratório, afirma que, de todo o trajeto, o trecho mais crítico é a Avenida Barão de Mauá. “Se você está na pista, os ônibus tentam te ultrapassar. Se é na calçada, os pedestres reclamam.”

De acordo com o tesoureiro Gilson Bezerra da Silva, 46, além do investimento em ciclovias, é preciso mais educação dos moradores. “Na verdade, tem muita gente que não respeita.”

Segundo o secretário de Mobilidade Urbana de Mauá, Azor de Albuquerque Silva, a Prefeitura projeta para o próximo ano estudo exclusivo para criação de espaços para bikes. “No ano que vem nossa intenção é colocar em prática um plano municipal de ciclovias.”

Pedestres também fazem parte do elo mais frágil da cadeia de Mobilidade Urbana em Mauá. Apesar de o município estar investindo na inclusão de lombofaixas, usuários reclamam de calçadas estreitas em bairros da periferia.

“Tem lugares em que a calçada é muito estreita. Eles dão mais espaço para carros e menos para pedestres”, relata a auxiliar de limpeza Leia Chagas do Nascimento, 39, que tem o hábito de ir a pé para o serviço, no Centro.

Outro problema citado por moradores é a grande quantidade de comércios que ocupam as calçadas. Segundo o secretário, a Prefeitura realiza fiscalização nesses espaços para dar segurança ao pedestre.

 

TRÂNSITO

Atualmente, a média de congestionamentos em Mauá é considerada mínima pelo secretário. São 2,5 quilômetros nos horários de pico. “Nosso trânsito não se compara com outras vias do Grande ABC, como as avenidas Pereira Barreto e Dom Pedro I.” As vias que apresentam o maior fluxo de carros são as avenidas João Ramalho, Capitão João, Alberto Soares, Barão de Mauá e Presidente Castelo Branco.

 

Usuários reclamam da ausência de integração entre linhas de ônibus

 

Apesar de Mauá estar investindo no sistema de transporte público, usuários ainda relatam problemas pontuais com as linhas de ônibus municipais. Segundo moradores, em trechos entre bairros distantes e o Centro da cidade é necessário pegar duas conduções.

“Quando vou para o Jardim Maringá, são dois ônibus”, relata a pensionista Maria Helena de Oliveira Silva, 59 anos.

De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana de Mauá, Azor de Albuquerque Silva, com a implantação de novos terminais, esse cenário será diferente. “O Terminal Central concentra grande fluxo de passageiros. Com a construção de estações de bairro, você diminui esse fluxo. Por exemplo, teremos linhas diretamente desses terminais para a Estação Guapituba (da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).”

Atualmente, a Prefeitura prevê investimento em diversos projetos de Mobilidade Urbana que incluem obras como a construção do Corredor Itapark e de um terminal no mesmo bairro, além da reconstrução dos terminais Itapeva e Jardim Zaíra.

“Temos hoje 49 linhas que vêm para a região do Centro. Com essas intervenções, vamos retirar praticamente metade. A partir daí, as linhas irão do ponto do bairro para o terminal localizado na mesma região”, relata Azor.  




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