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Medalhista olímpica do vôlei pode ter a carreira abreviada
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
24/10/2015 | 07:00
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Divulgação:


A carreira da oposta Elisângela, a Lili, bronze na Olimpíada de Sydney, em 2000, pode ser abreviada. Por conta do ranking da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), que dá pontos às jogadoras com intuito de gerar equilíbrio entre as equipes, ela não poderá continuar no Osasco e, como não tem outro clube disposto a contratá-la, teria de parar. A situação gerou revolta em algumas das principais jogadoras do País, que utilizaram as redes sociais para se manifestar contra a situação.

Elisângela é reserva no Osasco. Em escala que vai de zero a 7, ela é uma jogadora de 3 pontos, mas, por conta da idade avançada (37) será bonificada e na próxima temporada valerá um ponto. Cada equipe da Superliga pode ter no elenco atletas que somem 43 pontos. Elisângela vai ser dispensada pelo Osasco após o Paulista porque o time ultrapassaria a pontuação.

Para não ter que antecipar a aposentadoria, a jogadora solicitou à CBV que sua pontuação fosse zerada. Isso só poderia acontecer se todos os clubes da Superliga aceitassem a proposta, mas três deles, Sesi, Praia Clube e Pinheiros, rejeitaram.

“Passei por isso e não gostaria que ninguém mais passasse, principalmente uma jogadora que já fez tanto pela nossa Seleção e pelo vôlei brasileiro. Estamos perdendo uma grande atleta, que por tantos e tantos anos defendeu brilhantemente a camisa do Brasil”, escreveu Jaqueline no Instagram.

A atacante quase perdeu a última temporada. Como há limite de duas atletas de sete pontos por equipe e ela tinha esta pontuação, não encontrava espaço em clubes que tinham condições de pagar seu salário. Só durante o ano acertou com o Minas e agora está no Sesi.

A campanha on-line já contou com a postagem de quase todas as jogadoras da Seleção Brasileira, que postaram com cara de poucos amigos e braços cruzamos, demonstrando insatisfação. “Indignação, raiva. Resolvi começar com essas palavras porque estes são os sentimentos que nos movem neste momento. É lamentável a indiferença que alguns clubes brasileiros tratam os atletas e para piorar a situação ainda somos obrigadas a conviver com a questão do ranking, que já não era para existir faz tempo, devido à falta de verba da maioria dos clubes do nosso País. O vôlei vai perder uma craque de bola precocemente. É triste, mas é a nossa realidade”, postou Sheilla.

O técnico do São Cristóvão Saúde/São Caetano, Hairton Cabral, disse que foi procurado por Elisângela e aprovou a mudança de sua nota para zero. O treinador, no entanto, chamou atenção para a importância do ranking. “A pontuação das jogadoras é crucial para que haja equilíbrio entre as equipes. Caso contrário um time contrataria as melhores atletas e não haveria chances aos demais. Isso é fundamental, mas no caso da Elisângela acho que poderia se abrir uma exceção”, comentou. 




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