Empresa que explorará histórico estúdio cinematográfico de S.Bernardo havia dado calote pelo royalty
A Telem S.A. (Técnicas Eletromecânicas) efetuou ontem o pagamento da primeira parcela para o uso da marca Vera Cruz e garantiu assim permanência provisória da nomenclatura no antigo complexo cinematográfico de São Bernardo. O valor de R$ 20 mil, acordado na semana passada, foi depositado à família Khouri, detentora dos direitos do nome e que ameaçou veto à marca após calote da Telem no primeiro contrato estabelecido entre as partes. A empresa ganhou do prefeito Luiz Marinho (PT) o direito de explorar o espaço nos próximos 30 anos.
O pagamento total de R$ 550 mil pela cessão onerosa dos royalties foi ampliado de cinco para 15 parcelas, com vencimento todo dia 20, até dezembro do ano que vem. Serão adicionados juros e multas em eventual atraso.
No dia 7, o Diário revelou com exclusividade que a Prefeitura de São Bernardo e a Telem ficaram impedidas de utilizar a grife após não ocorrer pagamento parcelado aos donos da marca pela concessão da nomenclatura. O acordo previa quitação em cinco fatias (uma de R$ 105 mil e as demais de R$ 100 mil). A primeira parcela venceu em 5 de setembro. Havia 30 dias de carência. Mesmo assim o pagamento não aconteceu.
Wilfred Khouri, sócio-proprietário da empresa Cinematográfica Vera Cruz Ltda, admitiu alivio com a quitação da primeira parcela. No entanto, reforçou que em reedição de descumprimento da dívida automaticamente será cancelado o acordo. “Se acontecer outra falha, vou desistir. Acredito que não se repetirá (calote), porque conversamos bastante. O que me incomodou inicialmente foi a falta de explicação. Não houve o pagamento e ninguém se preocupou de avisar”, frisou.
De imediato, a Telem adiantou que poderia intitular o espaço com outra nomenclatura caso o débito não fosse quitado. A possibilidade, porém, foi refutada por Marinho, que ameaçou cancelar vínculo com a Telem se a dívida pelo uso do royalty não fosse honrado.
As tratativas demoraram em torno de dez dias e contaram com a intervenção direta do governo. O secretário de Cultura, Osvaldo Oliveira Neto, participou de inúmeras reuniões. “A situação se arrastou, mas é normal para uma negociação. Queria que desse certo e por isso concordei em aumentar o número de parcelas”, acrescentou Wilfred.
O contrato determina que o pagamento inicial possibilita somente a utilização provisória da marca. O direito do uso integral apenas será oficializado com a quitação total da dívida.
EDUCAÇÃO
Morando diz que reorganização das escolas terá só impacto em 2016
O deputado estadual Orlando Morando (PSDB) destacou ontem que o plano de reestruturação das escolas da rede do Estado, proposto pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), terá impacto no município somente no ano que vem.
O tucano destacou ter recebido garantia do secretário de Educação, Herman Voorwald, que a medida será direcionada somente aos novos alunos das escolas do município que foram inseridas no plano: Yolanda Noronha, Jardim Silvina, Vilma Aparecida Silveira, bairro Planalto, e Julieta Vianna Simões, Jardim Vila Rosa.
“Estive com o secretário e fiz argumentações que foram compreendidas por ele. Essas unidades escolares são populosas e o plano de reorganização continuará, porém, sem o trauma de mexer com o aluno já matriculado. Somente com os que ingressarem no ano que vem”, pontuou.
A exceção é a escola Tito Lima, no bairro Estoril. Morando, no entanto, assegurou que a situação será debatida com a população local na próxima semana.
“A escola mais próxima é a (Antônio) Caputo, que fica no Riacho Grande e longe dali. O acesso é complicado. Por isso, vamos fazer amplo diálogo”, avisou.
O tema da reorganização das escolas do Estado pautou ontem a sessão de vereadores. Correligionário de Morando, Juarez Tudo Azul foi à tribuna defender tese do tucano.
“O deputado não defendeu fechamento das escolas. Apenas fez discurso para que não fosse permitido que as escolas ficassem ociosas”, considerou.
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