O Grupo de Sinergia do Pólo Petroquímico – que coordena ações conjuntas de responsabilidade social das fábricas – anunciou investimento de R$ 900 mil que serão destinados a projetos voltados às comunidades dos bairros Parque Oratório e Capuava, em Santo André; jardins Sônia Maria e Silvia Maria, em Mauá; Parque São Rafael, em São Paulo; Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Além dessas iniciativas, as empresas se mobilizam em outros projetos independentes, mas os investimentos para 2005 ainda não estão definidos. De qualquer modo, o montante a ser aplicado em 2005 deve ser considerável, visto que neste ano cinco empresas do Pólo Petroquímico do ABC – Unipar, Polietileno, Polibrasil, Solvay e Petroquímica União – aplicaram cerca de R$ 10 milhões.
Por meio do Grupo de Sinergia, as empresas darão continuidade a programas já existentes, como Pólo dá Vida, Natação Adaptada, Semana de Palestras sobre o Meio Ambiente, Cinema na Praça e Campanha Balão é Fogo. Cada um deles atende entre 300 e 9 mil pessoas, sem qualquer tipo de custo para os beneficiados. Segundo o coordenador do Grupo de Sinergia do Pólo Petroquímico, Sidney dos Santos, os programas têm como ideal promover a interação entre as fábricas e as comunidades. "Identificamos que este pólo é o único do país inserido no meio da população. Na Bahia e no Rio Grande do Sul, as fábricas ficam afastadas dos centros urbanos. No Grande ABC, embora tenha sido criado em região pouco populosa, as comunidades cresceram e cercaram as indústrias", disse.
Para promover a aproximação, o pólo conta com um conselho comunitário consultivo para esclarecimento de dúvidas e suporte às necessidades da população local. "Durante muito tempo a indústria petroquímica teve o estigma de ser poluidora, devastadora. Nunca foi muito bem-vista. Para a comunidade, era uma bomba prestes a explodir. Começamos a demolir essa visão por meio dos programas para que todos pudessem conhecer as fábricas", completa Santos.
Um dos programas de maior visibilidade atualmente, o Pólo dá Vida atendeu 9,7 mil pessoas neste ano. Por meio do projeto, comunidades próximas ao pólo passaram por avaliação de glicemia, orientação odontológica, jurídica, corte de cabelo, recreação para crianças e palestras sobre qualidade de vida para a terceira idade. Para o próximo ano está programada mais uma rodada de atividades a partir de setembro.
Outras iniciativas, como a Semana do Meio Ambiente, são voltadas para estimular a discussão sobre o tema nas escolas. A última edição, realizada neste ano, focou debate sobre água e mananciais.
O Natação Adaptada, uma parceria da Prefeitura de Santo André e o Pólo, atende cerca de 300 deficientes físicos anualmente. "É um projeto necessário porque esse público é marginalizado. Daí nosso interesse em ajudar", disse Santos.
A campanha contra balões é a mais antiga do Pólo e completa seu sexto ano em 2005. Trata-se de um projeto educativo veiculado na mídia para alertar sobre o perigo de balões no entorno das fábricas.
Educação – Fora esses projetos, empresas do pólo bancam sozinhas outras ações para moradores das redondezas. A Solvay, por exemplo, reserva anualmente R$ 450 mil de seu orçamento para dar continuidade a projetos sociais criados pela empresa. Assim como outras fábricas do Pólo, aposta no processo de educação ambiental em escolas, porém com foco na Vila de Paranapiacaba, em Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. "Estamos em área de manancial, o que já é um motivo mais que suficiente para nos preocuparmos com o meio ambiente. Por meio dos programas educativos, atingimos 3 mil crianças ao ano", disse a coordenadora dos projetos de responsabilidade social da Solvay, Lisandre de Assis. A empresa educa também a população de terceira idade de Ribeirão Pires para trabalhar nos projetos de coleta seletiva e reciclagem desenvolvidos na cidade. Na área social, o principal projeto é o Mãos à Obra, de capacitação de jovens moradores do entorno da fábrica.
A Unipar e Polietileno, empresas com planta em Mauá, têm canal direto com a população de bairros vizinhos como os jardins Sônia Maria e Silvia Maria. Além de promover palestras sobre meio ambiente em escolas, têm seus próprios programas de coleta seletiva, ajudam a Escola Estadual Manoel Cação em seu programa de reciclagem e preservam uma área verde nas proximidades da fábrica. "Mantemos na Unipar 52 mil m² de área verde que equivalem a um terço da área total", disse o gerente de Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde da empresa, Eduardo Sanches. O investimento médio da empresa no setor é de R$ 3 milhões ao ano, sendo que no ano passado gastou R$ 2 milhões em controle ambiental. "Trocamos a matriz energética. Isso nos proporcionou substituir a queima de óleo por queima de gás natural", afirmou. Na área de inclusão social, as empresas têm convênio com a Avape para remanejamento de vagas e doam duas mil cestas básicas por mês ao programa federal Fome Zero.
A qualificação profissional é uma das preocupações da Polibrasil. No Grande ABC, é responsável pelo Projeto Alquimia, voltado para o setor de transformação de plásticos, e pelo projeto Biblioteca Comunitária Ler é Preciso para estudantes dos jardins Sônia e Silvia Maria, em Mauá. A biblioteca conta com dez computadores doados pela Polibrasil para o combate à exclusão digital.
O gerente de qualidade da Petroquímica União, Dilermano Nogueira Júnior, prevê um investimento de R$ 3 milhões em controle ambiental. Neste ano, a empresa gastou outro R$ 1 milhão em programas sociais e culturais como os conhecidos Doutores da Alegria, Festival de Inverno de Paranapiacaba e o ambiental Integração 21, de incentivo à preservação ambiental na região.
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