Nem todas as pessoas podem comemorar o Natal e o Réveillon em família. Muitas vezes, o momento que seria dividido com parentes e amigos é dedicado ao trabalho.
Para driblar a distância da família em um momento especial, muitos profissionais tratam a ocasião de maneira comum, como se fosse um dia qualquer, mas não deixam de entrar no clima.

Enquanto trabalha, o garçom Joas Alves da Silva, 38 anos, de São Bernardo, tenta amenizar a tristeza de estar longe da família. "Encaro a ocasião como uma data comum. Só troco cumprimentos com os amigos de trabalho. Foi difícil lidar com essa situação logo que me casei, pois não queria deixar minha mulher sozinha", disse Silva.

A jornada de trabalho no feriado também é vista com naturalidade pelos profissionais da Saúde. Quando é escalada para estes feriados, a enfermeira Kátia Cilene Cremon, 39, pensa em dividir o momento especial com os pacientes do hospital que trabalha, em Santo André. "Mesmo deixando minha família em casa e não podendo curtir meus sobrinhos, levo carinho e atenção para as pessoas que estão internadas. Fazemos sempre uma oração", disse.

O médico Gilberto Waisberg já está com os presentes prontos para entregar aos familiares no almoço do dia 25. "Não é bom ficar longe da família em um momento em que se celebra a união, mas é o dever da nossa profissão. No outro dia chego cedo em casa e acordo todos como se fosse Papai Noel", contou Waisberg.

O vigilante Wagner Marques Ferreira, 34, de Santo André, também acumula alguns anos comemorando o Natal e a chegada de um novo ano sozinho no trabalho. A experiência de ter passado as festas em um shopping é o que Ferreira não quer mais viver. "Durante todo o dia via milhares de pessoas fazendo as compras e, quando ia anoitecendo, eu me via sozinho naquele espaço enorme. Dava muita solidão e saudade da família", disse.