Contas de 2010 e 2011 do ex-prefeito andreense são adiadas há um ano e meio pelos vereadores
As contas de 2010 e 2011 do ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PSB) entram na ordem do dia há um ano e meio e são adiadas sistematicamente desde então pelos vereadores. Na última sessão da Câmara, quinta-feira, situação idêntica, permanecendo emperrada, com prorrogação da análise por mais duas plenárias, e retorna à pauta outra vez ainda nesta semana. Embora o relatório do primeiro balancete financeiro do governo apresente ressalvas sobre investimentos na área de Educação, ambas têm parecer favorável do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Alguns vereadores sinalizam que Aidan tem desdenhado do caso por considerar situação confortável. O socialista compareceu ao Legislativo na semana passada para tentar falar com lideranças. Eventual rejeição à matéria poderia provocar desgaste político a ele, pré-candidato ao Paço em 2016. Devido a apontamentos restritivos da Corte em relação às contas do segundo ano de mandato, a comissão de Finanças da Casa, presidida por Toninho de Jesus (sem partido), deu parecer interno negativo – há contestação de possível nulidade por conta de o texto ter sido emitido após vencer prazo regimental. O balancete do exercício seguinte, no entanto, foi aprovado no órgão administrativo.
Ex-líder da gestão Aidan na Câmara, o vereador Ailton Lima (SD) avaliou que o maior impasse se dá pela “falta de articulação” do ex-prefeito, que deixou a Prefeitura em 2012 depois de ser derrotado nas urnas. O parlamentar frisou poder de veto nas mãos do Legislativo, que, segundo ele, não está sendo levado em consideração. “O que vale não é só parecer de tribunal. O ex-prefeito não tem feito gestão neste sentido. Ele tem tratado esta questão com descaso, assim como tratou o seu próprio governo.”
O vereador José Montoro Filho, o Montorinho (PT), sustentou que a bancada petista não tem criado óbices ao alegar que a comissão de Finanças é responsável por “segurar” a emissão do parecer de 2011. “Não há influência externa. Está na dependência do parecer e até agora não há manifestação. Não sabemos a motivação, mas tem sido de fato adiado constantemente, o que chega a incomodar (a situação).”
Ex-correligionário, Roberto Rautenberg (PTB) citou que, pelo que recebeu de informação, é o próprio Aidan quem tem pedido determinados adiamentos “para, talvez, dar explicações”. Para ele, “apesar de algumas ressalvas” no texto, não há razão para não seguir o relatório do tribunal. “Pelo PTB já teríamos votado na semana anterior.” Carlos Ferreira (PDT) assinalou que também não vê problemas na aprovação. “O TCE é o órgão competente para fazer a análise técnica.”
Aidan não foi localizado para comentar o assunto.
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