Política Titulo Pavilhão Vera Cruz
Na região, Dilma ignora promessas e ataca oposição

Presidente compareceu a evento em São Bernardo
e não citou aporte financeiro anunciado há um ano

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
15/10/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Em evento ontem em São Bernardo, a presidente Dilma Rousseff (PT) ignorou as promessas anunciadas há um ano ao Grande ABC e utilizou a maior parte do discurso para atacar a oposição. A petista sequer mencionou – e não concedeu entrevista coletiva – o aporte financeiro da ordem de R$ 84 milhões à construção de unidade da ETA (Estação de Tratamento de Água) em Santo André, que até hoje não recebeu repasse. Em sua fala, ela reiterou ser “legítimo fazer duras críticas” ao governo, mas que os adversários estão adotando “postura golpista” ao dar encaminhamento a processo de impeachment no Congresso. “Estamos vivendo momento de dificuldade política, no qual setores tentam variante de golpe, um golpe disfarçado.”

Dilma falou por cerca de 45 minutos no microfone, no primeiro congresso nacional de pequenos agricultores, realizado no Pavilhão Vera Cruz, novamente elevando o tom do discurso, assim como no evento de terça-feira da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em São Paulo. A presidente frisou que os opositores “querem atalho” na busca para chegar ao poder antes do pleito de 2018. Para a petista, o grupo pratica ato de irresponsabilidade ao forçar situação sem que haja fato jurídico. “Eu me defendo (das acusações) com serenidade. Isso porque não cometi nenhum desvio de conduta. Jamais utilizei em meu proveito a atividade que exerci como presidente.”

A chefe da Nação reiterou que não permitirá que “golpeiem o mandato conquistado nas urnas”. “Foram 54 milhões de votos (no segundo turno da disputa). Vamos dar volta por cima na crise (na economia)”. Segundo Dilma, diante das movimentações arquitetadas em Brasília, dá para ter certeza que “eles tentaram” encontrar algo de ilícito envolvendo seu nome. “Mas nunca vão encontrar, porque jamais cometi um malfeito na minha vida política. Desconheço entre os que se movem contra meu mandato quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar minha honra.”

Usando a mesma justificativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu antecessor no cargo, a petista defendeu que as chamadas ‘pedaladas fiscais’ “nada mais são” do que condenações ao pagamento de subsídios aos programas federais Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família. “Tem muita gente que acha que é muito gasto com subsídio”, disse. No dia anterior, o seu padrinho político havia alegado que atrasos dos repasses a bancos públicos, que provocaram a recomendação pelo TCU (Tribunal de Contas da União) para que as contas de Dilma do exercício de 2014 sejam rejeitadas na Câmara e no Senado, asseguraram recursos para manutenção de projetos sociais.

O congresso contou com a presença dos ministros Patrus Ananias (PT, Desenvolvimento Agrário) e Miguel Rossetto (PT, Trabalho e Previdência Social), além do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e do vice, Frank Aguiar (PRB). A petista admitiu mais uma vez que o País passa “sem sombra de dúvidas” por dificuldade econômica, gerada principalmente por grave crise internacional. Argumentou que a inflação se dá devido a uma das maiores secas dos últimos 100 anos no Brasil, prevendo sinais de melhorias em 2016. “No ano que vem as taxas de crescimento serão bem menores.” 




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