Setecidades Titulo Ribeirão Pires
Conselho planeja entrar no MP contra a demolição de casarão

Casa que pertenceu a Herbert Richers aguarda tombamento municipal

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
29/09/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


O Conselho Municipal de Patrimônio Histórico Cultural de Ribeirão Pires planeja entrar com ação no MP (Ministério Público) para tentar barrar a demolição da Casa Herbert Richers, que hoje pertence à Lojas Cem. O proprietário tem intenção de derrubar o imóvel, datado da década de 1950 e que foi palco para produção do filme Papai Trapalhão, rodado em 1968 com a participação de Jô Soares e outros famosos. Segundo a Lojas Cem, o terreno é necessário para realização de compensação ambiental, porém, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) não obriga que a medida seja feita ali.

Conforme o presidente do conselho, Maurício Tintori, haverá reunião até o fim desta semana para definir os detalhes da ação. Além disso, o órgão trabalha em outras frentes para tentar impedir a demolição do patrimônio da cidade. “Há uma semana enviamos o requerimento de tombamento definitivo do bem, em nível municipal, para o prefeito (Saulo Benevides – PMDB). Até agora ele não despachou, e o prazo vence no dia 30 (amanhã).” Procurada, a Prefeitura informou que o chefe do Executivo está analisando o processo e dará a resposta dentro do prazo.

Além da proteção municipal, o encontro desta semana deve definir ainda proposta de apresentação do casarão ao Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) para tombamento via órgão estadual. “Acreditamos que essa seja uma maneira eficaz de possibilitar a preservação”, disse Tintori.

 

CONGRESSO

A possibilidade do tombamento estadual foi debatida em palestra sobre a atuação dos conselhos municipais de defesa do patrimônio no Grande ABC, na sexta-feira, no 13º Congresso de História do Grande ABC. O encerramento do evento, no sábado, propôs alguns desafios que deverão ser executados no prazo de dois anos até o próximo encontro, que será realizado em Rio Grande da Serra, entre eles a proposta de abrir mais espaço para discussões sobre os patrimônios da região.

Para o presidente da comissão organizadora, Marcílio Duarte, as prefeituras precisam fazer esforço de gestão para garantir a preservação de seus bens históricos. “Precisamos pensar não apenas nos bens materiais, mas também nas tradições imateriais. Vivemos em uma sociedade cada vez mais veloz e me pergunto se haverá tempo para criarmos e preservarmos tradições. Isso exige respostas imediatas por parte do poder público.”

Após apresentação do grupo Roda de Fiandeiras, que trouxe memórias sobre a indústria da tecelagem e suas mulheres em forma de música ao congresso, o debate criticou a ausência de prefeitos e seus representantes. No fim, Duarte definiu o evento como “de militância”, já que reúne aqueles que têm interesse genuíno em lutar pela preservação do patrimônio na região.

 

FÓRUM

A história volta a ser tema de debate no dia 7 de outubro, durante o 1º Fórum de Memória e Patrimônio Cultural do ABC. Na programação, realizada no Consórcio Intermunicipal, haverá debates sobre o lugar da memória na sociedade e o papel das ações preservacionistas sob o ponto de vista da sociedade. O evento ocorre das 8h às 16h e é aberto ao público.




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