Funcionários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) entraram ontem no 70º dia de greve, que deve continuar, a depender da expectativa dos servidores em relação a um acordo que atenda suas reivindicações.

Ontem, houve nova negociação entre o comando nacional liderado pela Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), e o Ministério do Planejamento, mas até o fechamento desta edição, o resultado do encontro não havia sido divulgado. No entanto, em meio ao anúncio do pacote de cortes de despesas do governo, realizado também ontem, que incluiu o plano de suspender concursos públicos e adiar reajustes dos servidores, é difícil imaginar que se chegará a entendimento, segundo o diretor do Sinsprev-SP (Sindicato dos Servidores da Previdência Social no Estado de São Paulo) Thiago Alves.

Os servidores do INSS pleiteiam maior abertura de vagas nos concursos públicos, de 800 para 15 mil postos; incorporação de gratificações no salário e melhores condições de trabalho. Alves destacou que o avanço nas questões da categoria está condicionado à aceitação de nova proposta feita pelo governo no dia 4, de aumento de 10,8%, pagos em dois anos, sendo 5,5% em 2016 e 5% em 2017. Segundo ele, apesar de a oferta salarial não cobrir nem a inflação do período, se as questões da pauta específica compensarem, existe disposição de aceitar a proposta do governo. O pleito dos servidores é de correção de 27,3% referente a perdas salariais dos últimos quatro anos.

Os médicos peritos do INSS também estão de braços cruzados, mas há menos tempo, há 11 dias. As demandas da categoria são a efetivação das 30 horas semanais de trabalho, o fim da terceirização da atividade pericial e segurança, além da abertura de oportunidades em concursos.