Frente aos quatro chefes de Executivo do Grande ABC em primeiro mandato, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), apresentou bons resultados nos primeiros 100 dias de gestão. Além de Ravin, são prefeitos estreantes os petistas Luiz Marinho (São Bernardo) e Mário Reali (Diadema). Oswaldo Dias (Mauá-PT), voltou ao Paço após comandar a cidade entre 1997 e 2004.
O petebista,que desbancou 12 anos ininterruptos de administração do PT em Santo André, vive momentos de relativa tranquilidade no cargo. Apesar de a reforma administrativa - principal projeto de Aidan até o momento - ainda não estar vigorando por um "lapso" na redação da matéria enviada à Câmara Municipal, o chefe do Executivo não enfrenta mais problemas por falta de governabilidade.
Pelo contrário: a aprovação da reforma, contestada inicialmente pela oposição petista e por alguns vereadores da sustentação, demonstrou que o ex-parlamentar assegurou a quantidade necessária de votos para obter o "sim" às suas propostas. Algumas, como o projeto de lei sobre a possibilidade de o município celebrar PPPs (Parcerias Público-Privadas), tiveram até mesmo os votos dos vereadores do PT.
Ambas as matérias vão poder colocar em prática duas das principais propostas de campanha de Aidan: a construção do "Poupatempo da Saúde" e realizações na área da segurança pública. Com as PPPs, o objetivo da Prefeitura é viabilizar unidade do AME (Ambulatório Médico de Especialidades), que chegaria ao município por meio de intervenção do governo estadual.
O local para a implementação, segundo revelou o prefeito, já está escolhido: o prédio do Instituto de Previdência, na região Central. Além disso, com a reforma administrativa, o Executivo passa a contar com uma Secretaria de Segurança Pública e Trânsito. Entre outras medidas, a nova Pasta colocará em prática as motopatrulhas e a integração entre as polícias Civil, Militar, e a GCM (Guarda Civil Municipal).
PRECATÓRIOS - Embora o problema envolvendo o pagamento de precatórios (dívidas reconhecidas pela administração) esteja à tona, o prefeito Ravin afirmou que já há planos para diminuir o débito de quase R$ 500 milhões com os servidores públicos. "Eu nunca fiz promessas de campanha de dar aumento indiscriminado sem ser responsável com a lei, nem que ia pagar os precatórios fora da lei. Estamos conversando com os dois lados. São R$ 480 milhões, estamos tentando negociar, mas está difícil com o advogado. Está emperrado, mas não pela gente."
COMPARAÇÃO - A situação de Aidan é privilegiada se comparada com a de Luiz Marinho (PT-São Bernardo) e Oswaldo Dias (PT-Mauá).
A reforma administrativa que o chefe do Executivo de São Bernardo enviou para a Câmara local ainda não foi aprovada. Além disso, o petista não conseguiu plena governabilidade no Legislativo, o que tem dificultado as ações da administração.
Em Mauá, o impasse envolvendo o Hospital Municipal Doutor Radamés Nardini tem sido motivo de dor de cabeça para o prefeito Oswaldo Dias. Com a recusa do governador José Serra (PSDB) em assumir o aparelho, Dias terá de encontrar uma alternativa para melhorar as condições do hospital.
O "Poupatempo da Saúde" de Santo André pode ser uma opção viável para Mauá, visto que a ideia de Aidan é estender os serviços aos municípios vizinhos.
Mário Reali (PT-Diadema) não tem enfrentado grandes dificuldades. Exercendo a continuidade do governo petista José de Filippi Júnior, o ex-deputado estadual tem ampla maioria na Câmara Municipal e, com isso, garantia de que seus projetos serão aprovados. (Supervisão Juliana de Sordi Gattone)
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