O alvo dos protestos é o prefeito de San Alberto, o brasileiro Romildo Antônio de Souza Maia, 36 anos, que pela segunda vez é deposto do cargo à revelia, sob acusaçao de malversaçao do dinheiro público. Os dois protestos foram organizados por adversários políticos de Maia e líderes locais do movimento sem-terra. Cinco dos nove vereadores querem a deposiçao do prefeito e já pediram uma intervençao federal no município, que pode ser julgado pelo Congresso paraguaio ainda esta semana.
O comando da Polícia Nacional no Departamento de Alto Paraná informou nesta quarta-feira que só vai providenciar o desbloqueio da cidade com uma nova ordem judicial. No primeiro protesto, a ordem de despejo dos manifestantes, expedida pelo juiz criminal Hugo Zueli Martinez, demorou quatro dias para ser cumprida. Martinez havia autorizado o uso de força policial para desobstruir o prédio da prefeitura. A desocupaçao, no entanto, ocorreu pacificamente.
Maia alega que a denúncia de corrupçao contra ele é apenas um pretexto para intimidar os imigrantes e descendentes de brasileiros, que representam mais de 80% dos 23,5 mil habitantes de San Alberto. A cidade está localizada numa regiao onde há mais de três meses grupos armados de sem-terra invadiram pelo menos 30 pequenas propriedades e expulsaram os agricultores brasileiros. Os imigrantes sao os principais produtores de soja, milho e trigo da regiao. Com apoio do governo paraguaio, esta semana eles começaram a voltar às suas terras.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.