A CPI do Narcotráfico, que começou a investigar o possível envolvimento de policiais num esquema de tráfico de drogas, está reunida com o núcleo marítimo da superintendência da Polícia Federal do Rio. Os policiais estao prestando esclarecimentos sobre o funcionamento da fiscalizaçao da Baía de Guanabara.
O deputado Magno Malta (PTB-ES), presidente da CPI, afirmou que sem o aparelhamento da Polícia Federal e sem o uso de tecnologia de ponta nao será possível controlar a entrada de drogas no Rio pela Baía de Guanabara. "Sem tecnologia, ficaremos sabendo como entram mas nao como combater", disse.
Os deputados querem, ainda nesta quarta, inspecionar supostos pontos de tráfico de drogas na Baía, de acordo com relatórios da polícia.
Com informaçoes da Agência O Globo.
Investigaçoes - Mais do que a busca por respostas, os dez integrantes da CPI do narcotráfico desembarcaram no Rio nesta quarta-feira com uma certeza: a de que é preciso investigar as polícias Civil e Militar do estado para revelar por completo a teia do tráfico de entorpecentes, armas e da lavagem de dinheiro.
A informaçao, do sub-relator da CPI, deputado Wanderley Martins (PDT-RJ), nao surpreendeu as autoridades de segurança do estado, acusadas pelos parlamentares de pouco colaborar com as investigaçoes. "Nao temos condiçao de fornecer um levantamento detalhado sobre o narcotráfico no Rio", admite o coordenador estadual de Segurança, Justiça e Cidadania, Luiz Eduardo Soares.
Segundo Luiz Eduardo, um relatório feito pelo ex-diretor da Divisao de Repressao a Entorpecentes (DRE), Herald Spínola, chegou a ser enviado em julho à CPI, mas os dados que continha, reconhece, nao eram satisfatórios. "Nao houve negligência e sim incapacidade da Polícia Civil de fornecer as informaçoes", avalia o coordenador.
Outra integrante da CPI, a deputada Laura Carneiro (PFL-RJ) afirmou que nesta primeira diligência a comissao conta, basicamente, com o auxílio do Ministério Público. "O relatório da polícia é falho e insípido. O MP vai nos fornecer os dados de inquéritos e número de pessoas denunciadas por envolvimento no narcotráfico", destacou.
Sobre o envolvimento de policiais com o esquema do narcotráfico no Rio, Wanderley Martins nao deu detalhes para nao atrapalhar as investigaçoes. Mas a Polícia Federal teria denúncias de que as entregas de armas e drogas nas favelas do Rio estariam sendo feitas por policiais em viaturas oficiais.
"No Rio, empresários fora de suspeita e policiais estao envolvidos com o tráfico de drogas e armas. Estas ligaçoes nao sao independentes. O estado é o paraíso da lavagem de dinheiro", revelou o deputado. O Procurador Geral de Justiça, José Muiños Piñeiro Filho, concorda. Para Muiños, o traficante Fernandinho Beira-Mar mantém até nesta terça-feira a liberdade graças à ajuda de policiais corruptos.
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