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Falta de fiscalização facilita vida de ambulantes em São Bernardo
Por Evandro Enoshita
Do Diário do Grande ABC
08/07/2009 | 07:42
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Sem fiscalização, os ambulantes voltaram a ocupar as ruas de São Bernardo. Entre os informais, o consenso é de que é fácil fugir do que restou da vigilância. Embora a Prefeitura tenha feito operações de remoção no fim do ano passado, a "normalidade" foi reestabelecida com tal rapidez que os comerciantes formais da cidade não puderam nem respirar aliviados. Há 30 anos no bairro Rudge Ramos, um vendedor de bijuterias que preferiu não se identificar conta que só neste ano pediu o cadastro junto à Prefeitura. "Aqui a fiscalização dificilmente passa, e, quando passa, eles não levam nossa mercadoria, só falam que temos de fazer o cadastro. Fiz o meu há três meses, e estou esperando a carteirinha."

Ainda segundo ele, a convivência com o comércio formal é pacífica. "Pedimos permissão para os gerentes da loja para instalar a nossa banca. No ano passado, tinha gente querendo tirar a gente das ruas, mas no final acabamos ficando no mesmo lugar."

Alguns metros adiante, um vendedor de bananas não se abalou nem com os momentos mais tensos da caça às bruxas, no ano passado. Assim como o seu colega vendedor de bijuterias, ele só deu entrada no registro agora. "Faz uns três meses, fui procurar a Prefeitura para entregar a papelada da carteirinha. A fiscalização dificilmente passa por aqui. No ano passado, mudei a minha banca para uma rua paralela, para fugir dos fiscais."

Para o vice-presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo), Valter Moura Junior, o grande problema foi que as operações de remoção de ambulantes, no ano passado, não foram seguidas de um incremento na fiscalização. "Na gestão passada, a Prefeitura até tirou alguns ambulantes das ruas, mas eles voltaram. Frequentemente recebemos ligações de comerciantes reclamando de camelôs, mas, ao mesmo tempo em que criamos medidas para proteger os comerciantes formais, não podemos negar os ambulantes", justifica o dirigente. Procurada pelo Diário, a Prefeitura não respondeu.

Outras cidades - Em Santo André, ambulantes instalados no Boulevard Itambé ainda reclamam da precariedade do espaço. Segundo os comerciantes, o camelódromo tem uma cobertura que é fraca demais para impedir que a chuva caia nas mercadorias.

A Prefeitura estuda se é possível trocar a proteção de plástico. Enquanto isso, o camelôdromo tem cada vez mais boxes vazios, já que os comerciantes também indicam movimento fraco.

Em Mauá, o Shopping Popular foi oficialmente inaugurado pelo ex-prefeito Leonel Damo (ex-PV) em 20 de dezembro, mas até agora os ambulantes esperam para poder usar o local. Em março, a Prefeitura informou que o prédio segue em análise e não tem data para ser aberto.




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