Aumento de tráfego e mais estresse. Estas são as consequências das obras do Projeto Drenar, que acontecem na região central de São Bernardo para os motoristas e também para os comerciantes e pedestres. Um dos pontos mais problemáticos fica na esquina formada pelas avenidas Francisco Prestes Maia e Brigadeiro Faria Lima, reflexo do bloqueio de duas das três faixas da via no sentido Santo André para as intervenções.

Desde o dia 27 de julho, trecho da Avenida Brigadeiro Faria Lima, entre as ruas Rio Branco e João Batista de Oliveira, no sentido bairro para o Centro, sofreu estreitamento e passou a ter uma faixa de rolamento, por onde circularão ônibus de transporte coletivo. Os demais veículos estão sendo desviados para a Rua Santa Filomena, no mesmo trecho.

O comerciante Henrique Ribeiro, 36 anos, tem um chaveiro na esquina da Rua Rio Branco com a Avenida Faria Lima e destaca os impactos. “Estou neste ponto há dois meses e, com o desvio, diminuiu a movimentação na minha loja em pelo menos 30%. Todo pedestre e motorista que poderiam parar aqui não fazem mais por causa do trânsito”, falou.

Embora esteja sendo afetado, Ribeiro diz apoiar a reforma com ressalvas. “Acredito que para um futuro melhor vale a pena fazer a obra. Em pleno século 21, uma cidade como São Bernardo sofrer com enchente é muito ruim. Mas, acredito que não precisava fazer o desvio, enquanto não há obra na frente”, argumenta.

Já o morador do bairro Terra Nova 2 Clóvis Cardoso, 61, destaca o aumento do trânsito e, com isso, dos transtornos. “Da minha casa até aqui demoro entre cinco e dez minutos. Agora, com as obras, subiu para 25 minutos”. O munícipe diz não estar confiante de que a velocidade dos trabalhos será a prometida pela Prefeitura. “Não acredito que até o retorno das chuvas, no verão, as obras estejam concluídas.”

A gerente de um cabeleireiro localizado em frente à obra na Avenida Faria Lima Fernanda Goularte de Souza, 24, falou que o estabelecimento ficou prejudicado com a obra. “Meus clientes não conseguem estacionar. Já perdi clientes que se atrasaram procurando vaga no entorno”. Ela revela ser moradora do Centro, mas por causa da obra optou por não utilizar automóvel. “Antes da obra, demorava cinco minutos de carro, de um mês para cá, demorava 25 minutos. Agora prefiro andar a pé 20 minutos.”

A paralela com a Faria Lima, Marechal Deodoro, também sofre impactos com o aumento de fluxo de carros, conforme observa o operador do ramo da indústria farmacêutica José Roberto Machado, 45. Ele mora no bairro Novo Horizonte e, desde o início das intervenções, passou a demorar o dobro do tempo para chegar ao Centro. “Antes, eu levava 15 minutos, agora precisei de meia hora. Isso atrapalha muito. Fora o desgaste do carro.”

Os transtornos também afetam os pedestres. Embora a permanência de uma faixa de rolamento tenha possibilitado a manutenção das linhas de transporte coletivo municipal que operam no Centro de São Bernardo pela Avenida Brigadeiro Faria Lima, os coletivos de oito linhas (Tupã/Centro, São Pedro/São Jorge, São Pedro/Jardim Limpão, Paço/Riacho Grande, Paço/Areião, Represa/São Pedro, São Pedro/Terminal Ferrazópolis e Paço/Jardim Palermo) passaram a acessar a Rua Santa Filomena pela Rua Rio Branco e não mais pela Avenida Francisco Prestes Maia.

O estacionamento nos dois lados da Rua Santa Filomena será proibido. Carga e descarga de mercadorias poderão ser feitas apenas das 9h às 16h.