Reage ABC quer entidade regional como interlocutora para acesso a crédito e isonomia
A discussão de três questões, acesso a crédito bancário, isonomia tributária e qualificação profissional para atender as necessidades da indústria, marcou a reunião realizada ontem entre empresários integrantes do movimento Reage ABC com representantes da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.
Dois desses temas, o financiamento e a equiparação dos tributos com o que é cobrado em outros países, não depende só da região. No entanto, a avaliação é de que a Agência e o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que reúne as sete prefeituras, podem ser canais de interlocução com os governos estadual e federal. Formado por integrantes de entidades como o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e associações comerciais, o movimento realizou passeata, com cerca de 300 participantes, no dia 12, pelo Centro de Santo André, em que protestou contra os efeitos da crise e reivindicou “pacto” envolvendo diversos setores, para resgatar a confiança de empreendedores e consumidores. Para isso, pleitearam do Consórcio um fórum de discussão e essa entidade regional marcou reunião do movimento com a Agência.
Ontem, o empresariado sentou para conversar e focou no debate desses três temas, entre os quais a questão da tributação. “Temos uma carga tributária que, além de ser alta, tem prazo que não é compatível (com o faturamento). Precisamos pagar juros para poder recolher o imposto”, assinala o diretor da regional do Ciesp de Santo André, Emanuel Teixeira. Ele acrescenta que, além disso, com a substituição tributária, as empresas pagam o imposto antes de a mercadoria sair da empresa. “Impacta no preço final. É onde a indústria perde competitividade”, observa. Em relação ao crédito bancário, a ideia é encontrar mecanismos para que os bancos emprestem com juros acessíveis. Esse é um problema, pois estima-se que cerca de 60% das fabricantes de autopeças da região têm dívidas fiscais atrasadas.
“É importante destacar o papel histórico que o Grande ABC, como berço da indústria, tem no desenvolvimento econômico nacional; o que a região fala, o Brasil escuta”, diz o secretário executivo da Agência, Giovani Rocco.
“Precisamos agora estruturar a proposta”, acrescenta Rocco. Também se pensa em desenvolver a diversificação da cadeia produtiva, para atender outros mercados, mas os empresários avaliam que essa é uma ação de médio e longo prazos, porque demanda tempo para readequar processos produtivos para outros nichos além da área automotiva. Até sexta-feira, a Agência deve definir agenda de trabalho para aprofundar as discussões, dentro dos temas tratados, de forma a encontrar saídas para impulsionar a atividade produtiva da região.
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