Economia Titulo Inusitado
São Bernardo ganha feira em shopping
Marina Teodoro
Especial para o Diário
25/08/2015 | 07:19
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Feira livre em um shopping center? Essa opção, certamente, moradores do Grande ABC nunca pensaram que poderiam ter. Mas, a partir de hoje, nas noites de terças-feiras, consumidores de São Bernardo passam a contar com uma feira no estacionamento do Shopping Metrópole. O modelo, inédito na região – no interior de um complexo de compras –, será a terceira feira noturna do município e a 14ª das sete cidades.

A iniciativa partiu da parceria entre o Metrópole e a Prefeitura de São Bernardo, e tem o intuito de movimentar o centro de compras e fidelizar número maior de consumidores. “Fizemos uma pesquisa para identificar como chamar a atenção do público, e chegamos à ideia da feira”, conta o superintendente do Shopping Metrópole, Fábio Deganutti. “Buscamos novidades para que o público veja o shopping como uma extensão do quintal de suas casas. A feira é mais uma oferta e um diferencial que oferecemos.”

As 17 barracas com foco no setor hortifrutigranjeiro serão instaladas na área externa do piso térreo do estacionamento do shopping, em frente ao Paço Municipal. “Foram gastos R$ 50 mil com infraestrutura para viabilizar o espaço. Em relação às barracas, os feirantes que arcam com as despesas”, declara Deganutti.

De acordo com ele, a data e o horário da feira são partes da estratégia para chamar o público em dias de compras menos lotados. Ao menos até o fim do ano, a feira será realizada todas as terças-feiras, das 17h às 21h.

“Os preços praticados serão compatíveis com qualquer feira livre de rua. O diferencial é o conforto e a praticidade do local e o horário, que contempla o cliente que trabalha pela manhã, e não tem como ir às feiras convencionais”, aponta o superintendente do Shopping Metrópole.

DIA DO FEIRANTE - O lançamento também aproveita para comemorar o Dia do Feirante. A tradicional função reúne mais de 3.500 profissionais nas sete cidades, embora o Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do ABDMR afirme que, na região, em torno de 2.000 têm CNPJ. “Não há como estimar quantidade exata, já que esses profissionais atuam como autônomos, dificultando um controle”, justifica o presidente da entidade Odair Roberto Loureiro.

Apenas em Santo André, conforme a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), existem aproximadamente 1.500 trabalhadores no segmento. E, em Diadema, conforme a Prefeitura, são mais 2.000.

Também não se tem informação oficial sobre o salário do feirante. “Varia conforme o local da feira, movimentação e função do empregado”, justifica Loureiro. No entanto, ele estima que a média oscile entre um salário mínimo (R$ 788) e um salário mínimo e meio (R$ 1.182).

Com dez nos no ramo, a feirante Paula Crema da Paixão, 58 anos, de Santo André, é feliz com a vida que leva. “Gosto do ambiente alegre e de trabalhar com comida”, conta ela.

Paula recebe R$ 50 por dia, e trabalha de quatro a cinco vezes por semana. “Tiro em média R$ 950 por mês. Mas também tenho a flexibilidade de conseguir mais num mês mais apertado, ou menos, quando não estou me sentindo bem para trabalhar.”

Ela, que atua vendendo verduras e legumes. diz que não há tempo ruim para a procura por seus produtos. “Todo mundo sempre precisa comer uma saladinha.”

Para celebrar a data, a Prefeitura de Diadema também terá programação especial na feira do bairro Jardim Casagrande. “Teremos orquestra para animar o ambiente, e prestação de serviço nutricional aos feirantes”, declara o secretário de Segurança Alimentar de Diadema, Eduardo Minas.


Grande ABC disponibiliza 204 opções

As feiras noturnas estão se tornando tendência na região, mas ainda são minoria. Das 204 feiras, 190 são diurnas, enquanto 14 dão preferência ao público com disponibilidade restrita. O horário de funcionamento é, na maioria das vezes, das 17h às 21h.

Em Santo André, já existem seis feiras realizadas depois do horário comercial, sendo duas delas só com alimentos de origem orgânica.

“O perfil do consumidor mudou conforme o tempo foi passando. Hoje, famílias mais jovens trabalham pela manhã, e só têm disponibilidade à noite. Com a intenção de acompanhar os hábitos dos clientes, as feiras noturnas estão tendo cada vez mais aceitação”, explica o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto.

Em Diadema, duas feiras são noturnas, sendo que uma delas é gastronômica. “Estamos nos adaptando para atender a todas as necessidades da população, e temos tido resultados bastante positivos” analisa o secretário de Segurança Alimentar de Diadema, Eduardo Minas.
 




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