Após 26 anos longe da sua cidade natal, o ex-morador de rua Simão Pinheiro da Costa, 44 anos, chegou em Buriti Bravo, no Maranhão, no domingo. Após viajar de avião até Teresina, no Piauí, e ficar hospedado na casa de uma tia na capital maranhense, ele viajou em companhia de Marrom, Negão e Neguita por mais de três horas até sua nova casa.

Norma Elaine Pezzolo, 61, a amiga que liderou a campanha de arrecadação para o embarque de Simão, também viajou para o Maranhão junto da irmã Solange Aurora Pezzolo, 56. “Eu nunca vi uma cena como aquela. Quando os três cachorros se reuniram, eles até choraram de tanto amor e saudades. O quintal lá é bem grande também”, afirmou Norma.

A casa em que Simão já está morando é a mesma em que ele passou a infância com os avós. São cinco quartos, sala, cozinha, banheiro e um quintal. As paredes ainda guardam recordações: desenhos feitos por ele, na época em que era criança. O cenário em nada lembra as ruas de Santo André, onde ele morou nos últimos anos. “A única coisa que eu quero agora é escrever uma nova história”, disse Simão.

“Eu tinha esquecido do quanto a casa era grande. Também não lembrava do calor. Está 40º C na sombra. O cobertor do Corinthians só dá para pendurar na parede”, contou o ex-morador de rua. Nesta semana, Simão já começa a trabalhar como ajudante de pedreiro com um primo. Ele também vai se matricular na EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Alguns parentes de Simão chegaram a achar que ele estava morto por falta de notícias. O reencontro garantiu grandes emoções. “Muita gente só acreditou que ele está vivo, quando ele chegou aqui. O importante é que agora ele vai voltar a ter um teto, luz, água e o amor da nossa família. Não tenho como agradecer ao que todos vocês fizeram por ele”, contou um dos tios, Tomé Cosme da Silva, 58.