As mudanças ortográficas da Língua Portuguesa, em vigor desde quinta-feira, causam estranheza e dúvidas na população. Nas ruas, a extinção do trema, a inclusão de mais três consoantes ao alfabeto (k, w e y) e, principalmente, as alterações nas regras do hífen quase passam despercebidas. Pesquisa feita pelo Diário ontem nos centros comerciais de Santo André e São Bernardo mostra que muitos sequer conhecem as alterações.

A maioria dos entrevistados alega que as mudanças são de difícil assimilação, principalmente para quem já parou de estudar. "Os jovens ficam o tempo todo na escola e aprenderão mais facilmente devido à prática de redação e leitura. Os mais velhos terão de ler mais para se adaptar às mudanças", disse o corretor de imóveis Samuel Plat, 70 anos, de São Bernardo.

Para a estudante do 3º ano do Ensino Médio Bruna Carvalho, 17 anos, a retirada dos acentos deixou a grafia das palavras estranha. "Será difícil no começo memorizar a nova escrita (como ideia sem acento agudo ou enjoo sem circunflexo no primeiro o). Teremos que usar um bom livro de gramática", afirmou.

A consulta será importante principalmente quando a palavra exigir ou não hífen. As novas regras estipulam, por exemplo, que prefixos que terminam em vogal seguidos de palavras que começam com ‘r' ou ‘s' tenham a consoante duplicada, como interreligioso ou antissocial.