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Corregedoria pode expulsar acusados de extorsão
Por Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
05/08/2005 | 07:40
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Os três policiais civis acusados pela empresária de Santo André Yan Fuan de extorsão e seqüestro podem ter a expulsão decretada pela Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo nesta sexta. O órgão estadual não confirmou a finalização do processo administrativo, mas pessoas ligadas aos acusados garantem que a sentença será anunciada nesta sexta. Pelos crimes, além de expulsos da corporação, os policiais podem ser condenados a pena de 15 anos na prisão.

Os acusados estão detidos na cadeia especial da Polícia Civil, na capital. De acordo com denúncia levada à Corregedoria pela empresária, eles teriam seqüestrado sua braço-direito na semana anterior ao feriado de Páscoa. Ao Diário, Yan negou que tenha pago qualquer quantia. Policiais da região, no entanto, afirmam que o trio extorquiu R$ 740 mil da empresária. O pedido inicial foi de R$ 2 milhões. No boletim de ocorrência registrado no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), a empresária assumiu o pagamento de R$ 32 mil.

Yan é indiciada por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro feito em parceria com a cúpula do Banco América do Sul. O processo tramita na Justiça do Paraná desde 1997. Por conta da acusação, Yan permaneceu presa por 24 dias em 2000.

Além do processo paranaense, a Polícia Federal ainda investiga o envolvimento da empresária com outra vertente de suposto esquema de contrabando e também lavagem de dinheiro na rua 25 de Março, região central de São Paulo. Yan seria a intermediadora do envio de dinheiro para um banco na China. O montante seria depositado em uma conta em nome de seu sobrinho. A movimentação diária em moeda nacional superaria R$ 1,9 milhão. Supõe-se até mesmo que Yan tenha lavado dinheiro para políticos de São Paulo.

A empresária de origem tailandesa nega as acusações. Na última segunda-feira, a Polícia Federal realizou uma megaoperação em Santo André e na capital em busca de provas contra ela. Cinco endereços foram revistados, incluindo a agência de turismo e o restaurante que a empresária mantém no Centro de Santo André, ambos chamados Tai Chi. A PF não informa o saldo da operação, porém, fontes ligadas à polícia afirmam que documentos que comprovam a movimentação ilegal de dinheiro para a China e máquinas de contar dinheiro foram encontrados.

As fontes também garantem que, apesar do cerco da PF, o recolhimento diário de dinheiro na rua 25 de Março continua normalmente. O dinheiro seria recolhido pela braço-direito de Yan, a vítima do seqüestro armado pelos policiais civis, e entregue para doleiros que se responsabilizam por enviar os valores para o exterior. Depois de depositados na conta do sobrinho de Yan, na China, outra funcionária da empresária faria o rateio para as contas fantasmas mantidas pelos comerciantes da 25 de Março.




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