O vereador de Santo André Toninho de Jesus (DEM) sinalizou ontem, durante a sessão, apoio à instauração de comissão de assuntos relevantes na Câmara para verificar possíveis irregularidades em emendas parlamentares. A abertura do bloco foi cogitada no Legislativo a partir do caso do democrata, que indicou subvenções sociais em 2014 e 2015 à Associação Beneficente Mão na Graxa, entidade ligada ao seu gabinete. “Sou totalmente favorável até para preservar a indicação de todos os vereadores e tirar qualquer tipo de dúvida de cada ação”, ponderou.

Em entrevista, Toninho alegou que a comissão poderia “de fato dar efetividade” às apurações internas. “Avalio, inclusive, que deveria ser permanente”, disse. Pouco antes, na tribuna, o democrata descartou “infringência às leis” em sua indicação de emenda, mas admitiu, conforme reportagem do Diário, que a mãe de seu assessor técnico presidiu a entidade de 2011, quando foi criada, até janeiro. “Até a presente data, a Prefeitura não fez nenhum aporte. Então, a associação não recebeu repasse. Estou à disposição dos órgãos de controle. Não tenho nada a temer.”

Os parlamentares vão se reunir na segunda-feira para tratar, entre outros assuntos, da montagem da comissão de acompanhamento. “Já ficou acertado que no próximo encontro da Casa (no plenarinho) esse tema será abordado. O vereador é responsável pela indicação das emendas. Se houver algum favorecimento ou se (a entidade) não está apta tem que se corrigir”, apontou Luiz Zacarias (PTB). Após o episódio de Toninho vir à tona, Almir Cicote (PSB) foi um dos que sugeriram a implantação da medida para evitar colocar que as subvenções “caiam em descrédito”, sem fazer espécie de “caça às bruxas”.

Para Edson Sardano, mecanismo da comissão interna poderia dar mais transparência às emendas. O petebista expressou adesão ao reiterar que indicou parte da cota de subvenções do exercício vigente para o Instituição Amélia Rodrigues, entidade presidida por sua mãe, Terezinha de Jesus Sardano. “Para não ter esse tipo de conversa (de favorecimento), a maior parcela de verba, R$ 100 mil, foi para a Feasa (Federação das Entidades Assistenciais de Santo André). Vim para cá (Legislativo) com essa bandeira, de apoio às entidades. No ano passado, não sugeri nada à Amélia. Neste ano, foram R$ 30 mil. Mas a associação tem 30 anos de fundação, tem serviço reconhecido.”