O governo federal prorrogou em mais um ano o prazo de entrega do Museu do Trabalho e do Trabalhador, projeto do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), para homenagear as lutas sindicais e, principalmente, seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em vez de expirar neste mês, a vigência do convênio entre Prefeitura e Ministério da Cultura termina no dia 30 de agosto de 2016, durante o período eleitoral. Por enquanto, 57,65% da obra estão em pé.
O MinC, em sua autorização ao adiamento da entrega do prédio, não informou se deu aval também ao acréscimo do repasse solicitado por Marinho. O prefeito pediu ao governo federal mais R$ 4,5 milhões para concluir a obra, que está paralisada desde o fim do ano passado e cuja estrutura está pichada e rodeada de entulho – recentemente, foi palco de atos de estupro na região central devido ao abandono. Caso haja aceitação, o Museu do Trabalho e do Trabalhador vai consumir R$ 23,4 milhões em recursos públicos.
A construção do museu foi assinada em julho de 2010, a obra começou em 2011, com prazo original de entrega para 2013. Primeiros sinais de atraso ficaram evidenciados quando o governo petista rasurou as placas indicativas, tapando informações sobre vigência e início das intervenções no espaço que anteriormente abrigava o antigo mercado municipal, na região do Paço.
Ao MinC, a Prefeitura de São Bernardo informou a necessidade de readequação do cronograma de execução de obra e adequação ao plano de trabalho. No mês passado, ao jornal Folha de S.Paulo, o secretário de Cultura, Osvaldo de Oliveira Neto, alegou que o projeto precisa de mais aporte porque são necessários ajustes elétricos, hidráulicos e em outras áreas. O governo de Dilma Rousseff (PT) já sinalizou positivamente ao requerimento da gestão Marinho de reforçar os cofres municipais para executar a obra.
O Museu do Trabalho e do Trabalhador teve orçamento inicial em R$ 18 milhões. Já houve aditivo de R$ 800 mil, a pedido da Prefeitura de São Bernardo. De novo, a administração petista não respondeu aos questionamentos do Diário sobre o equipamento.
Além dos problemas financeiros e atraso em entrega, o Museu do Trabalho e do Trabalhador segue investigado pelo MPF (Ministério Público Federal). O Diário mostrou em 2013 que eletricista desempregado e morador de Diadema detinha R$ 10,4 milhões de participação na Construções e Incorporações CEI, vencedora da licitação para tocar o canteiro. Erisson Saroa Silva sequer sabia que seu nome aparecia no quadro societário da empresa. Depois da denúncia, ele foi retirado da companhia – ficando apenas com Elvio José Marussi – e nunca mais foi localizado.
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