Prefeitos e vereadores da sigla se reunirão dia 17,
em S.Bernardo, com intuito de trabalhar a imagem
Com imagem desgastada na esfera nacional, o PT inicia plano no Grande ABC para alinhar discurso às disputas municipais de 2016 na busca por manter trajetória de forte representação em seu berço político. No dia 17, os 29 vereadores da legenda na região se reunirão com o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Os chefes de Executivo de Santo André, Carlos Grana, e de Mauá, Donisete Braga, foram convidados para participar do encontro.
No cenário federal, a sigla está mergulhada em crise, com notável crescimento dos índices de rejeição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e diante de lideranças históricas sendo presas por eventual envolvimento em esquemas de corrupção. Na região, onde nasceu o petismo, estudo realizado pelo DGABC Pesquisas, a pedido do Diário, mostrou, em reportagem ontem, que a gestão Dilma é reprovada por 84,5% do eleitorado. Foram ouvidas 2.800 pessoas nas sete cidades.
O índice indica que quatro a cada cinco moradores do Grande ABC reprovam a administração da petista à frente do Planalto, sendo que 72,9% acham o mandato péssimo.
O prestígio do PT segue em queda livre no País, após avanços das investigações da Operação Lava Jato, conduzida pela PF (Polícia Federal). A apuração atingiu em cheio petistas do alto escalão – levou o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto à carceragem em abril – e apontou para amplo esquema de desvio de dinheiro público da Petrobras para abastecer caixa de campanha eleitoral do PT e de siglas aliadas. O ex-chefe da Casa Civil José Dirceu (PT), preso na segunda-feira, foi outro episódio emblemático a engrossar série de repercussão negativa.
A crise vivida pelo governo federal refletiu nas administrações petistas. Vereadores e prefeitos passaram a considerar encontro para traçar ações conjuntas às campanhas eleitorais de 2016, prevendo pouco suporte da União, diferentemente de pleitos anteriores. Em São Bernardo, Marinho prepara indicação do sucessor, que provavelmente será o secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli. Já Grana e Donisete trabalharão pela manutenção de seus mandatos.
Para o páreo do ano que vem, o partido cogitou pela primeira vez não lançar candidato ao Paço em alguns dos sete municípios. São Caetano e Ribeirão Pires são as cidades com maior probabilidade de composição a outros nomes.
HISTÓRICO
Nos últimos 33 anos, o PT foi o partido que mais conquistou comando das prefeituras dentro do contexto regional.No período, que marcou o início das eleições pluripartidárias no País, 21 dos 56 prefeitos eleitos pelo voto direto foram da legenda.
O auge do petismo, ocorreu no pleito de 2000, quando cinco das sete disputas majoritárias ficaram nas mãos de prefeituráveis petistas.
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