Obras iniciam neste ano e incluem Centro Cultural; governo Marinho desconversa sobre o assunto CAV
Agora é oficial: a Vera Cruz, finalmente, voltará à ativa. Em evento realizado ontem no pavilhão da companhia, em São Bernardo, a Telem S.A , que ganhou a licitação para gerenciar durante 30 anos o complexo, apresentou o projeto a ser implementado nos próximos cinco anos. O investimento soma R$ 156 milhões, que serão pagos do ‘próprio bolso’, como afirmou a empresa ao Diário em junho. À época, a Telem também disse que a aquisição dos estúdios de cinema de Paulínia – que o TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregular – está dentro da lei.
O diretor comercial da empresa, Fernando Fontes, disse ser um projeto ousado, que mudará os rumos do cinema no Brasil. “É intervenção grande. São 46 mil metros quadrados que serão usados para trazer cultura para a região”, disse. As obras começam ainda neste ano e a primeira entrega a ser feita é do Centro Cultural, com teatro e cinema, além de alguma estrutura dos estúdios. “Esperamos que volte a se tornar referência para a cultura no geral.”
O filho de Mazzaropi, André Mazzaropi, lembrou que o sonho do pai – ator que fez inúmeros filmes nos estúdios – era que isso acontecesse. “Todas as vezes que íamos para Santos ele fazia questão de passar aqui na frente para matar a saudade e chorava”, lembra. Para ele, a revitalização é marco na história do cinema brasileiro. O evento contou também com a presença do ministro da Cultura, Juca Ferreira.
CAV
A festa, no entanto, não foi para todos. O CAV (Centro de Audiovisual), que deverá funcionar dentro do complexo, continua com problemas e o governo Marinho segue fazendo vista grossa. Após denúncia de irregularidades na composição da equipe que fere o edital, o que pode ocasionar até improbidade administrativa, o prefeito Luiz Marinho (PT) ignorou ontem a equipe de reportagem. Já o secretário de Cultura, Osvaldo de Oliveira Neto, se limitou a dizer que a denúncia “está sendo apurada” e que se for constatado algum problema “atitudes serão tomadas.” Enquanto isso, os demais funcionários do CAV seguem descontentes com os favorecimentos envolvendo os coordenadores, que empregaram sócios e ex-sócios de longa data, além de parentes.
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