Uma das áreas mais degradas e problemáticas de Santo André poderá dar espaço a um grande condomínio de prédios residenciais. O terreno de 55 mil metros quadrados, que já abrigou a antiga fábrica de estruturas metálicas Companhia Brasileira Fichet & Schwartz Hautmont, na Avenida Industrial, teria sido leiloado e arrematado por uma construtora de São Paulo. A área, que era habitada por 16 pessoas que viviam nas ruínas da antiga fábrica, terminou de ser desocupada ontem.
A reintegração de posse aconteceu de forma tranqüila e com saldo positivo para aqueles que viviam em condições subumanas: todas as pessoas receberam um auxílio de R$ 4.200 da atual proprietária do terreno para custearem aluguel por um ano.
Desde quinta-feira passada, a empresa que comprou o terreno está ajudando os moradores a sair do local. "Não temos essa responsabilidade, mas nos propusemos a ajudar", disse José Armando, advogado da empresa.
As últimas três pessoas que resistiam em ficar no local deixaram o terreno ontem: o travesti Paulo Sérgio Alves Silva, 32 anos, conhecido como Paola, e seu irmão de 16 anos, que moravam no local há 10 anos, e Iolanda Forastiero, 45, que vivia há um ano no terreno e cuidava de 40 cachorros. Eles deixaram o local depois de muita negociação e intervenção da Polícia Militar. Paola vai voltar para sua terra natal, Belo Horizonte, e Iolanda iria procurar um albergue.
Os outros moradores já estão instalados em diversos pontos da cidade. A maioria dos travestis foi morar na Favela dos Ciganos, em Utinga. "Adorava viver na fábrica, mas aqui está bem melhor. Nos sentimos mais seguros", disse Sheila Rodrigues de Almeida, 31.
A Prefeitura de Santo André intermediou as negociações entre a empresa e os moradores. "Apesar de o terreno ser particular, nos colocamos à disposição para ajudar os atuais proprietários e as pessoas que ali viviam para fazer a remoção da maneira mais tranqüila possível", explicou o secretário adjunto de Governo, Alberto Alves de Souza. (Colaborou Fernanda Filomeno Russo)
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