Setecidades Titulo Saúde
Consórcio rejeita proposta estadual

Estado quer que distribuição de medicamentos
de alto custo seja realizada por cada município

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
04/08/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Em reunião realizada na manhã de ontem no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, os sete prefeitos da região rejeitaram a proposta do Estado em relação à descentralização da distribuição de medicamentos de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. Conforme o presidente do GT (Grupo de Trabalho) Saúde e secretário da Pasta em Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, a ideia da Secretaria Estadual da Saúde era de que as prefeituras recebessem os remédios por meio de malotes e distribuíssem aos munícipes.

“Nossa proposta é que essa distribuição também seja feita pelos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), que têm condições de centralizar isso. Nós mantemos isso, ou seja, voltamos à estaca zero”, diz o secretário. A região conta com dois AMEs: um em Santo André e outro em Mauá. A distribuição, segundo Homero, também seria feita no Hospital Serraria, em Diadema.

“A gente acha complicado assumir um compromisso porque, tudo bem, nós temos a estrutura, porém há a necessidade de ampliação. Além disso, precisamos de melhor segurança e a gente não tem todo esse preparo”, observa o presidente do Consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB).

A Secretaria Estadual da Saúde afirmou que está em contato constante com os municípios da região, analisando e discutindo todas as propostas apresentadas. Segundo a Pasta, uma nova reunião está agendada para ocorrer ainda neste mês para que seja definida a melhor opção de distribuição dos medicamentos.

A farmácia de alto custo do Hospital Mário Covas atende a 59.650 pessoas por mês. Desse total, a maioria é de Santo André (13,1 mil munícipes). A cidade é seguida por São Bernardo com 10,3 mil atendimentos, Diadema com 4.100 e Mauá com 4.000. Outros 3.050 moradores de São Caetano são beneficiados com o equipamento estadual, 1.200 de Ribeirão Pires e 500 de Rio Grande da Serra.

 

REFORMA

Outra pauta que será tratada na reunião entre os prefeitos e o secretário estadual da Saúde, David Uip, é a reforma do Hospital Mário Covas. “Nada contra a reforma do hospital. Pelo contrário. Porque foi uma demanda nossa. Mas é preciso que eles compartilhem conosco, todo cronograma, quanto está sendo gasto e o que está sendo feito”, disse.

Em nota, o Estado afirmou que encaminhou ofício, antes da obra começar, para todos os secretários de Saúde dos sete municípios e que também foram enviados comunicados aos serviços de resgate hospitalar e às demais unidades de Saúde da região.

Conforme a Secretaria da Saúde do Estado, as intervenções estão em andamento desde fevereiro e demandam investimento total de R$ 3 milhões. As obras preveem a ampliação da ala de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulta, com a criação de mais dez leitos, totalizando 59, e a instalação de novo sistema de climatização.

Também está em andamento a modernização do setor de emergência, com a troca de toda a instalação elétrica e hidráulica, pisos e forros. A conclusão total das obras está prevista para o fim de setembro.

Nepomuceno afirmou ainda que a intenção também é discutir projetos já anunciados pelo Estado, como a execução da rede Lucy Montoro em Diadema e Santo André.

Estudo sobre lixo fica pronto em maio

O descarte de resíduos sólidos também foi pauta da reunião dos prefeitos de ontem. Conforme o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), o órgão contratou empresa responsável pela realização de estudo sobre o descarte do lixo e as possíveis soluções para o processo nas sete cidades.

A estimativa é a de que o projeto fique pronto no prazo de nove meses. O assunto faz parte das ações prioritárias do PPA (Plano Plurianual) Regional Participativo 2014 – 2017. O órgão deve apresentar proposta de elaboração do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. “Para fazer esse diagnóstico regional é importante que a gente tenha pessoas especializadas”, diz.

Maranhão também destacou a necessidade de reaproveitar os resíduos. “Hoje, nas nossas escolas, as divisórias dos banheiros não são mais de granito. Tem uma empresa que tritura tubos de pasta de dente e os fixa, o que deixa bem mais bonito e psicodélico”, afirma.




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