Estado quer que distribuição de medicamentos
de alto custo seja realizada por cada município
Em reunião realizada na manhã de ontem no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, os sete prefeitos da região rejeitaram a proposta do Estado em relação à descentralização da distribuição de medicamentos de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André. Conforme o presidente do GT (Grupo de Trabalho) Saúde e secretário da Pasta em Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, a ideia da Secretaria Estadual da Saúde era de que as prefeituras recebessem os remédios por meio de malotes e distribuíssem aos munícipes.
“Nossa proposta é que essa distribuição também seja feita pelos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), que têm condições de centralizar isso. Nós mantemos isso, ou seja, voltamos à estaca zero”, diz o secretário. A região conta com dois AMEs: um em Santo André e outro em Mauá. A distribuição, segundo Homero, também seria feita no Hospital Serraria, em Diadema.
“A gente acha complicado assumir um compromisso porque, tudo bem, nós temos a estrutura, porém há a necessidade de ampliação. Além disso, precisamos de melhor segurança e a gente não tem todo esse preparo”, observa o presidente do Consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB).
A Secretaria Estadual da Saúde afirmou que está em contato constante com os municípios da região, analisando e discutindo todas as propostas apresentadas. Segundo a Pasta, uma nova reunião está agendada para ocorrer ainda neste mês para que seja definida a melhor opção de distribuição dos medicamentos.
A farmácia de alto custo do Hospital Mário Covas atende a 59.650 pessoas por mês. Desse total, a maioria é de Santo André (13,1 mil munícipes). A cidade é seguida por São Bernardo com 10,3 mil atendimentos, Diadema com 4.100 e Mauá com 4.000. Outros 3.050 moradores de São Caetano são beneficiados com o equipamento estadual, 1.200 de Ribeirão Pires e 500 de Rio Grande da Serra.
REFORMA
Outra pauta que será tratada na reunião entre os prefeitos e o secretário estadual da Saúde, David Uip, é a reforma do Hospital Mário Covas. “Nada contra a reforma do hospital. Pelo contrário. Porque foi uma demanda nossa. Mas é preciso que eles compartilhem conosco, todo cronograma, quanto está sendo gasto e o que está sendo feito”, disse.
Em nota, o Estado afirmou que encaminhou ofício, antes da obra começar, para todos os secretários de Saúde dos sete municípios e que também foram enviados comunicados aos serviços de resgate hospitalar e às demais unidades de Saúde da região.
Conforme a Secretaria da Saúde do Estado, as intervenções estão em andamento desde fevereiro e demandam investimento total de R$ 3 milhões. As obras preveem a ampliação da ala de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulta, com a criação de mais dez leitos, totalizando 59, e a instalação de novo sistema de climatização.
Também está em andamento a modernização do setor de emergência, com a troca de toda a instalação elétrica e hidráulica, pisos e forros. A conclusão total das obras está prevista para o fim de setembro.
Nepomuceno afirmou ainda que a intenção também é discutir projetos já anunciados pelo Estado, como a execução da rede Lucy Montoro em Diadema e Santo André.
Estudo sobre lixo fica pronto em maio
O descarte de resíduos sólidos também foi pauta da reunião dos prefeitos de ontem. Conforme o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), o órgão contratou empresa responsável pela realização de estudo sobre o descarte do lixo e as possíveis soluções para o processo nas sete cidades.
A estimativa é a de que o projeto fique pronto no prazo de nove meses. O assunto faz parte das ações prioritárias do PPA (Plano Plurianual) Regional Participativo 2014 – 2017. O órgão deve apresentar proposta de elaboração do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. “Para fazer esse diagnóstico regional é importante que a gente tenha pessoas especializadas”, diz.
Maranhão também destacou a necessidade de reaproveitar os resíduos. “Hoje, nas nossas escolas, as divisórias dos banheiros não são mais de granito. Tem uma empresa que tritura tubos de pasta de dente e os fixa, o que deixa bem mais bonito e psicodélico”, afirma.
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