Automóveis Titulo
Opcionais em alta
Por Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
28/05/2008 | 07:02
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A facilidade na obtenção de crédito, o maior poder aquisitivo do brasileiro, o sentimento de confiança e a queda (embora quase insignificante) das taxas de juros foram apenas alguns dos motivos que conduziram a indústria automobilística brasileira a bater sucessivos recordes de produção, venda e lançamentos de carros. E no vácuo deste ‘boom' sobre quatro rodas, outros segmentos também cresceram. Um exemplo disso é o de equipamentos opcionais.

Além de comprar mais, o consumidor está mais exigente na hora de bater o martelo e optar por este ou aquele modelo. Parte desta exigência está na escolha dos opcionais - equipamentos que não são de série, mas que podem sair de fábrica se o cliente desejar, como ar-condicionado, direção hidráulica, bancos revestidos de couro, aparelho de som, entre outros. Resumindo: atualmente, são poucos os que se contentam com calotas, desembaçador do vidro traseiro ou vidros verdes.

"Indiscutivelmente, o mercado dos opcionais tem crescido. E isso em todas as marcas", confirma Luiz Peluzzo, gerente de marketing e planejamento estratégico da Visteon. Para comprovar a onda dos opcionais, nada melhor do que números.

De acordo com Peluzzo, os equipamentos que mais evoluíram junto com os índices de venda de automóveis foram os aparelhos de som e o ar-condicionado. "Atualmente, de 60% a 65% dos carros com ar-condicionado saíram com o equipamento montado de fábrica. Há três anos, a porcentagem ficava em torno de 45%", revela.

Os aparelhos de som também seguem o mesmo caminho, muito pela maior gama de ofertas, já que hoje tem rádio CD player com MP3, entrada USB e até mesmo cartão de memória SD. Cerca de 25% dos carros saem com som já instalado. O restante (75%) tem o equipamento colocado na concessionária, após o veículo ser faturado, ou em lojas especializadas. "Antes você visitava as lojas das grandes marcas e encontrava poucas opções. Agora isso não acontece mais", explica Peluzzo.

Um outro índice deixa claro o gosto que o brasileiro vem adquirindo pelos opcionais. Há aproximadamente dois anos, a comercialização de veículos 1.0, os chamados ‘populares', representava 56,2% do total de carros. Atualmente, esse número retraiu 5,4 pontos percentuais, de acordo com a Anfavea (Associação Nacinal dos Fabricantes de Veículos Automotores). E mais: no primeiro quadrimestre deste ano, o mercado automotivo tupiniquim avançou 35%. Só o segmento dos SUVs (utilitários esportivos) acima de R$ 80 mil, portanto veículos bem equipados, cresceu 98%.

Mais um dado: o preço médio do carro adquirido pelo consumidor brasileiro subiu de R$ 43 mil em 2006 para R$ 50 mil em 2008.

MONTADORAS
Atentas ao mercado, as montadoras já perceberam que o ‘fator opcional' é primordial. Uma destas marcas é a Fiat, que reconhece que o segmento de equipamentos de fábrica teve um aumento relevante.

Segundo a assessoria de imprensa da montadora de origem italiana, os opcionais são oferecidos em kits, que são montados a partir do gosto do consumidor.

Foi constatado, por exemplo, que o consumidor da linha Palio buscava como opcionais a direção hidráulica, o ar-condicionado, o trio elétrico e o rádio. Já os compradores do Punto, veículo que normalmente já oferece alguns itens de série, como direção hidráulica, têm uma predileção toda especial por itens de segurança, como air bags e freios ABS. Diante desta demanda, a Fiat criou o pacote HSD, que engloba estes dois itens, com um custo-benefício bem atraente.




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