Bolsas caem e dólar dispara; 83% dos brasileiros veem economia mal. Sem dinheiro, prefeituras (do Ceará) fecham por um dia. Custos dos planos de saúde vão triplicar em 15 anos. Essas são notícias sobre a crise financeira pela qual passa o País. Foram disseminadas em rede social pelo vereador de Diadema Atevaldo Leitão (PSDB). Mesmo sabendo do cenário preocupante, o tucano foi um dos 21 parlamentares que aprovaram aumento de 49% nos salários, a vigorar a partir de 2017. Ou seja, enquanto o povo sofre, seu nobre representante legisla em causa própria. E mais: Atevaldo – pasmem! - é integrante da ala sindical do PSDB. Deveria, portanto, olhar primeiramente ao trabalhador e depois para o seu umbigo. Mas não é o que ocorre. O vereador também em conhecimento de que sua atitude, de ser a favor do reajuste de 49% nos vencimentos, é medida impopular e inoportuna. Tanto é que está preparado para enfrentar questionamentos. Quando sai às ruas, leva consigo o holerite para ‘comprovar’ que ganha pouco. Para ele, o salário de R$ 10.192,10 não é suficiente. Esquece, porém, que se candidatou sabendo que o contra-cheque seria esse. E que suas principais funções são fiscalizar o Executivo e fazer leis para melhorar a vida do cidadão. Num passado não muito distante, o trabalho do vereador era voluntário. E era executado de maneira bem mais eficiente do que agora. Mas Atevaldo não liga para nada disso. Quer mesmo é se reeleger em 2016 e ganhar R$ 15.193,27 mensais ou R$ 182 mil por ano ou ainda R$ 730 mil no mandato. Enquanto isso, o rendimento médio per capita do brasileiro foi de R$ 1.052 no ano passado. É esse holerite, do contribuinte que paga seus impostos, a origem do pagamento do salário do vereador. Mas ele não está satisfeito com seus mais de R$ 10 mil por mês.

Nem aí
A cidade de Diadema fervendo por conta do aumento de 49% dos vereadores e o parlamentar Reinaldo Meira (sem partido) passou a tarde inteira de ontem jogando Criminal Case, no computador. É mais um exemplo (negativo) de que não estão nem aí para a crise econômica e o que querem mesmo é mais dinheiro na conta.

Política sim, Educação não
O deputado estadual Atila Jacomussi (PCdoB) foi procurado pelo Diário durante a semana passada inteira para falar sobre o que pensa sobre Educação e quais seus projetos para o setor. Mas não teve tempo de explanar sobre o assunto. Porém, teve tempo suficiente para rebater o prefeito Donisete Braga (PT), cuja gestão concluiu apuração e constatou que houve ligações de água irregulares feitas na gestão de Atila na Sama. Ou seja, a política interessa mais do que a Educação. Em resumo, é mais ou menos o retrato do País.

Da TV ao palanque
Apresentador José Luiz Datena assinou ontem filiação no PP para disputar a prefeitura de São Paulo em 2016. Apesar de enfraquecido no partido, o deputado federal Paulo Maluf (PP) afirma que continuará no apoio ao prefeito Fernando Haddad (PT), que tentará a reeleição. Pleito também pode ter Celso Russomanno (PRB) e João Doria Júnior (PSDB).