Em uma época em que as pessoas são vigiadas por câmeras em todos os prédios, barradas em portas rotatórias de bancos ou alvejadas por ligações de empresas oferecendo cartões de crédito, a Globo aposta em O Sistema, uma história em seis episódios que mistura gêneros como comédia, mistério e aventura e estréia hoje, às 23h.
Ela apresenta um grupo de vítimas se rebelando contra o mundo moderno. Tudo começa quando os jovens Trash, de Lúcia Bronstein, Paca, vivida por Maíra Dvorek, e Professor Avenarius, de Gregório Duvivier – todos estreantes na TV – decidem se manifestar contra o sistema que os oprime.
Na série, também há atores que sempre dão o que falar, como Selton Mello e Ney Latorraca. O roteiro é de Alexandre Machado e Fernanda Young, que investiu na idéia porque também se considera uma vítima dessa realidade moderna.
“O meu cartão já ficou preso em máquinas e me sinto vigiada. O homem hoje vive essa paranóia de sentir-se punido a todo momento”, resume a autora.
REFÉMNa nova série, comandada por José Lavigne, diretor de Casseta e Planeta, Urgente!, Selton Mello é o fonoaudiólogo Matias. Ele fica no meio do fogo cruzado ao ser raptado pelos sabotadores do sistema.
Como também já teve conta de luz cortada e tem dificuldades para fazer ligações de seu celular, não hesita em aderir ao grupo. Do outro lado da corrente estão os vilões Katedref, de Ney Latorraca, que preside a multinacional Sachen Lächerlich no Brasil e sua secretária Valquíria, personagem de Zezé Polessa.
O ator, que estava distante da TV desde Bang Bang, não esconde a empolgação com o projeto e faz suspense em relação ao papel que vai representar.
“Posso escolher as coisas que faço na Globo e adorei essa proposta. Mas prefiro não comentar as maldades do Katedref porque preciso preservar a minha imagem”, ironiza.
Mas o poderoso chefão não terá vida fácil. Porque as vítimas do sistema ganham cada vez mais aliados e vasculham toda a vida de Katedref. Chegam a desconfiar, inclusive, que ele guarda grandes segredos ligados a fatos históricos mundiais. O homem ter pisado na Lua, por exemplo, pode não passar de uma grande farsa.
Para reproduzir esse tipo de acontecimento, a equipe de cenografia e efeitos visuais investiu, entre outras parafernálias, na construção de módulos lunares, em um anão astronauta e discos voadores.
“É uma superprodução de seis capítulos. Os efeitos especiais são grandiosos”, antecipa o diretor José Lavigne.
Outra aposta de O Sistema é investir na improvisação do texto. Um terço das cenas escritas se resume a uma orientação dos autores.
Direção e atores têm a liberdade para criar falas. Ao lado de Greta, chefe de um call center vivida por Betty Gofmann, a atendente de telemarketing Regina, de Graziela Moretto, é uma das personagens que têm destaque fundamental na trama.
“O interessante desse programa é que o personagem não vem pronto. A Fernanda e o Alexandre dão o trampolim e a gente pula na piscina”, compara.
Para Selton Mello, que desde Os Aspones diz ter mais liberdade para participar da criação de seu personagem e do projeto como um todo, a escalação do elenco – que apostou em desconhecidos – é um dos pontos fortes de O Sistema.
“Nesse tipo de produção a gente tem a chance de se deparar com um elenco menos óbvio do que o das novelas”, opina o ator.
O programa, no entanto, também investe em uma veterana que anda sumida e voltou a aparecer quando protagonizou um vídeo na internet, O Tapa na Pantera, em que a personagem assumia fumar maconha. Ela é Maria Alice Vergueiro. “Estou impressionada com os cuidados com a produção desta série. Para mim tudo parece novidade”, diz a atriz, que estava distante da TV há 20 anos, desde que fez Sassaricando.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.